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Saiba como age a vacina contra a dengue

Imunizante protege contra os quatro sorotipos da dengue e pode ser aplicado em quem ainda não teve a doença

Saúde|Do R7

Liberação da Anvisa é o primeiro passo para comercialização do imunizante no país
Liberação da Anvisa é o primeiro passo para comercialização do imunizante no país

A vacina contra a dengue já em uso no Brasil traz esperanças em um país que registrou 1.292 mortes desde janeiro e 3,105 milhões de casos prováveis da doença. Nesta quinta-feira (11), a cidade de São Paulo ampliou a vacinação para todos os postos de saúde da capital.

A vacina desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda é a Qdenga. Ela fornece proteção contra os quatro sorotipos e pode ser aplicada em quem ainda não teve a doença.

O imunizante foi liberado para indivíduos de 4 a 60 anos. Contudo, atualmente, as doses estão disponíveis apenas para as crianças e adolescentes de 10 a 14 anos no sistema público. O esquema vacinal inclui duas doses subcutâneas com intervalo de três meses entre elas. A proteção contra a doença deve ter duração de até cinco anos.

Eficácia

A aprovação da Qdenga pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos) serviu como base para a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em março de 2023.


Ao órgão europeu, a Takeda apresentou dados de 19 estudos científicos que envolveram mais de 28 mil crianças e adultos.

O ensaio clínico final demonstrou que o imunizante foi capaz de prevenir 80,2% dos casos sintomáticos de dengue 12 meses após a vacinação.


Além disso, evitou em 90,4% as hospitalizações em casos de dengue 18 meses após as injeções.

Após 4,5 anos da vacinação, a eficácia para casos sintomáticos caiu para 61%, mas a prevenção de internações hospitalares se manteve alta, em 84%.


Como funciona

A Qdenga é baseada no vírus vivo e atenuado do sorotipo 2 da dengue. Segundo o fabricante, é ele que fornece a "espinha dorsal" genética para haver a proteção contra os demais sorotipos.

Na prática, esse vírus não é capaz de causar doença nas pessoas que recebem a vacina.

Ainda assim, existem contraindicações. Segundo o laboratório, os seguintes grupos não devem receber a Qdenga:

Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo terapias imunossupressoras, como quimioterapia ou altas doses de corticosteroides sistêmicos nas quatro semanas anteriores à vacinação;

Indivíduos com infecção sintomática pelo HIV ou com infecção assintomática pelo HIV quando acompanhados de evidência de comprometimento da função imunológica; e

Grávidas e lactantes.

Efeitos colaterais

Os estudos apontaram uma série de possíveis efeitos colaterais após a vacinação.

Os mais comuns (afetaram mais de uma em dez pessoas) foram:

• dor no local da injeção;

• dor de cabeça;

• dores musculares;

• vermelhidão no local da injeção;

• mal-estar;

• fraqueza;

• infecções no nariz ou garganta;

• febre.

Os efeitos adversos considerados comuns (afetaram até uma em cada dez pessoas) foram:

• inchaço no local da injeção;

• dor ou inflamação no nariz, ou garganta;

• coceira no local da injeção;

• inflamação da garganta e amígdalas;

• dor nas articulações;

• sintomas gripais.

Outros sintomas mais incomuns, como diarreia, coceira e erupções na pele, também foram identificados nos estudos.

Disponibilidade

Nesta quinta-feira (11), a capital paulista ampliou a vacinação contra a dengue para todos os postos de saúde. As vacinas estão disponíveis para todas as crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que residem ou estudam em São Paulo, inclusive na rede particular de ensino. A estratégia visa barrar o avanço da doença, que registrou recorde de mortes no ano passado.

A expectativa da Secretaria de Saúde é de que a adesão seja maior que nas duas regiões onde a vacina já estava disponível e apenas cerca de 15% das crianças e adolescentes do público-alvo foram imunizadas.

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