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Em tratamento para emagrecer, Jojo Todynho exibe Ozempic, mas fabricante faz alerta sobre remédio

Cantora revelou que aplica medicamento duas vezes por semana como parte de um protocolo para emagrecer, mas laboratório avisa que ele não é indicado para perda de peso

Saúde|Do R7

Cantora disse que aplica medicamento duas vezes por semana
Cantora disse que aplica medicamento duas vezes por semana

A cantora Jojo Todynho gravou um vídeo na segunda-feira (20) em que exibe uma caneta de Ozempic (semaglutida), que faz parte, como ela já havia dito em outra ocasião, de um protocolo para emagrecer.

"Sabe o que é isso aqui, gente? Meu Ozempic, que eu tomo, né, duas vezes na semana", disse a artista com o produto na mão.

Logo após a publicação do vídeo, a fabricante do medicamento, a farmacêutica Novo Nordisk, emitiu uma nota em que esclarece que o único uso aprovado para o Ozempic em todo o mundo é para o tratamento de diabetes tipo 2.

"A Novo Nordisk esclarece que o Ozempic (semaglutida) é um medicamento indicado, em conjunto com dieta e exercícios, exclusivamente para o tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 2 não satisfatoriamente controlada (ou seja, quando o nível de açúcar no sangue permanece muito alto). A posologia recomendada em bula é de uso uma vez por semana, com prescrição e acompanhamento médicos. É importante ressaltar que a companhia não endossa nem apoia a promoção de informações de caráter off-label, ou seja, em desacordo com a bula de seus produtos", diz o comunicado.


O Ozempic tem sido cada vez mais buscado por quem deseja emagrecer, apesar de custar mais de R$ 900. Nos Estados Unidos, com o Mounjaro (tirzepatida), são remédios que já preocupam especialistas por haver uso indevido e uma série de efeitos colaterais graves (veja abaixo).

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou o Ozempic em agosto de 2018, em canetas de injeção subcutânea de 0,25 mg, 0,5 mg e 1 mg.


Rapidamente, o remédio passou para a lista dos dez mais vendidos nas farmácias brasileiras, segundo um levantamento da consultoria IQVIA em 2021.

Como não há estudos clínicos do Ozempic para o tratamento de obesidade, não há informações científicas acerca dos riscos, por exemplo.


Os efeitos colaterais descritos na bula do medicamento, que foram avaliados em pacientes com diabetes tipo 2, incluem:

• Enjoo;

• Vômito;

• Diarreia;

• Arrotos;

• Gases;

• Refluxo ou azia;

• Dor de estômago;

• Nervosismo;

• Ansiedade ou confusão;

• Sonolência;

• Fraqueza;

• Tontura;

• Queda dos níveis de açúcar no sangue (hipoglicemia);

• Pancreatite aguda;

• Retinopatia (doença do olho diabético).

Semaglutida

Observou-se em pacientes diabéticos que a semaglutida poderia levar a alguma perda de peso, uma vez que ela age em uma área do cérebro que controla o apetite.

Baseada nesses indícios, a Novo Nordisk desenvolveu um medicamento específico para tratar obesidade com o mesmo princípio ativo.

O Wegovy foi aprovado pela Anvisa em janeiro deste ano e deve chegar às farmácias no segundo semestre.

A diferença é a dosagem. O Ozempic tem dose máxima de 1 mg, enquanto o Wegovy varia de 0,25 mg a 2,4 mg.

O paciente inicia o tratamento com 0,25 mg (quatro semanas), e as doses são aumentadas gradualmente ao longo de 16 semanas, até a dose de manutenção, que é de 2,4 mg.

"Embora Wegovy e Ozempic contenham semaglutida, eles são produtos diferentes, com indicações, dosagens, informações de prescrição, esquemas de titulação etc. diversos. Os produtos não são intercambiáveis", salienta a fabricante.

Estudos feitos para o pedido de registro do Wegovy nos Estados Unidos mostraram que alguns pacientes conseguiram reduzir até 17% do peso corporal.

Além de ser destinado a pessoas com obesidade, ele pode ser usado por quem tem sobrepeso e alguma comorbidade decorrente dessa condição.

A Anvisa definiu que "o Wegovy é indicado como um adjuvante de uma dieta hipocalórica e exercício físico aumentado para controle de peso, incluindo perda e manutenção de peso, em adultos com índice de massa corporal (IMC) inicial de ≥30 kg/m² (obesidade) ou ≥27 kg/m² a <30 kg/m² (sobrepeso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, por exemplo, disglicemia (pré-diabetes ou diabetes melito tipo 2), hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular".

A semaglutida "imita" um hormônio que nosso intestino libera após as refeições e que atua nos receptores do cérebro que controlam o apetite, a sensação de saciedade e a fome, o GLP-1.

"Existe uma região do cérebro chamada hipotálamo, em que a gente tem o centro de controle do apetite. Então, tem centros de fome e saciedade. A semaglutida atua especificamente nesses centros, para aumentar a saciedade e reduzir a fome — por isso os efeitos na redução de peso", explicou ao R7, em janeiro, a endocrinologista Priscilla Mattar, diretora médida da Novo Nordisk no Brasil.

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