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Especialistas independentes criticam incapacidade da OMS ante surto do ebola

Saúde|Do R7

Genebra, 11 mai (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) não soube reagir perante o surto de ebola na África Ocidental, não alertou a comunidade internacional com suficiente vigor sobre o perigo da doença se tornar uma epidemia e também não soube trabalhar em coordenação com outras agências das Nações Unidas. Estas são as contundentes conclusões de um relatório preliminar elaborado por um grupo de especialistas independentes a pedido do Conselho Executivo da OMS, que em janeiro pediu uma avaliação externa sobre o ocorrido. "Não está claro como apesar dos primeiros alertas em maio e junho de 2014, não houve uma resposta adequada. Apesar da OMS chamar a atenção sobre um 'surto sem precedentes' em entrevista coletiva em abril de 2014, não entendemos como não houve uma posterior mobilização internacional e uma estratégia de comunicação consistente", diz o texto. Os especialistas disseram, além disso, que em maio já dava para ter uma noção da enormidade da epidemia que já afetava três países -Guiné, Libéria, e Serra Leoa- e que a OMS não proclamou que a mesma era uma "uma emergência de saúde pública de preocupação internacional" até 8 de agosto. Este pronunciamento teve como consequência o pânico em muitos países que foram além das recomendações da OMS e estabeleceram barreiras à troca comercial e à circulação das pessoas, o que provocou, lembra o texto, graves consequências para os países afetados. "Os países afetados sofreram não só as severas consequências econômicas, mas também criaram barreiras para receber o pessoal e o material necessário para lutar contra o vírus", acrescentam. Além disso, os especialistas criticam a OMS por não ter procurado rapidamente a ajuda do sistema de resposta humanitária da ONU. "Há um forte, mas absoluto, consenso de que a OMS não tem nem a cultura e nem a capacidade de resposta operacional perante emergências. Apesar disso, antes de agosto de 2014, a OMS não pediu a ajuda das agências humanitárias da ONU", asseguram. "Se tivesse atuado antes, os recursos teriam aparecido antes, a crise não teria chegado ao ponto de estabelecer uma Missão das Nações Unidas para a Resposta ao ebola", acrescenta o relatório. Perante esta situação, os especialistas lembram à OMS que necessita melhorar sua capacidade de estabelecer acordos em casos de emergência. "Houve sinais durante esta crise que mostra que a habilidade da OMS de atuar em colaboração com a ONU, o setor privado e outros atores não estatais não foi forte", acrescenta. Além disso, o texto critica a incapacidade da OMS de identificar que um dos principais problemas na luta contra a expansão do vírus era o desconhecimento das tradições locais, o que impediu uma resposta inicial efetiva. "Dada a experiência da OMS com surtos, é surpreendente que tenha demorado até agosto ou setembro para reconhecer que a transmissão do ebola estaria sob controle quando a vigilância, a mobilização social, e o atendimento adequado às comunidades afetadas fossem colocados em prática de forma simultânea", afirma. EFE mh/ff

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