A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que o governo federal realizará, a partir de março, um mutirão nacional para reduzir as filas de cirurgias no SUS (Sistema Único de Saúde). A iniciativa visa acelerar o atendimento e ampliar o acesso a procedimentos em todo o país.“Em 2024, foram realizadas 14 milhões de cirurgias eletivas, o maior número da história do SUS. Ainda há muito a fazer. A partir de março, realizaremos o Mutirão Nacional para Redução das Filas”, declarou a ministra em suas redes sociais.A ação faz parte do Programa Nacional para a Redução de Filas de Cirurgias, lançado em 2023 e agora incorporado ao Pmae (Programa Mais Acesso a Especialistas), que busca agilizar consultas, exames e procedimentos cirúrgicos no SUS.A ministra destacou que a espera por cirurgias é um problema antigo, agravado pela pandemia de Covid-19. “Este é um desafio de décadas. Por isso, lançamos o Programa Nacional para a Redução de Filas de Cirurgias, ao lado dos governadores. Nosso objetivo é reduzir o tempo de espera, que varia entre os estados e entre diferentes especialidades”, explicou.Para participar da iniciativa, estados e municípios precisam aderir e enviar suas programações de cirurgias, acompanhadas de resoluções aprovadas na CIB (Comissão Intergestores Bipartite) de cada estado.As solicitações serão analisadas pela Saes (Secretaria de Atenção Especializada à Saúde), que avaliará critérios técnicos e demandas apresentadas antes de liberar os recursos.O financiamento será proporcional à população de cada estado e do Distrito Federal, com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do TCU (Tribunal de Contas da União). Além disso, será realizado um monitoramento quadrimestral para garantir a execução eficiente do orçamento e ajustar estratégias conforme necessário.O mutirão faz parte do Mais Acesso a Especialistas, programa que busca desburocratizar e agilizar o atendimento em consultas, exames e cirurgias especializadas. O foco é garantir que o paciente tenha acesso rápido aos serviços, com encaminhamento feito diretamente pelas equipes de atenção primária, como as Equipes de Saúde da Família.O programa adota um modelo de remuneração baseado no cuidado integral do paciente e prevê um investimento de R$ 2,4 bilhões em especialidades como oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia.Até o momento, o Mais Acesso a Especialistas já conta com 100% de adesão dos estados e do Distrito Federal, além de 97,9% dos municípios. No total, 136 planos de ação regionais foram enviados, abrangendo 167,9 milhões de brasileiros.Com essa iniciativa, o governo busca garantir que menos pacientes aguardem por procedimentos essenciais e que o sistema de saúde público funcione de maneira mais ágil e eficiente.