Guia Alimentar completa 10 anos em meio a crescimento da obesidade no Brasil
Publicação reúne orientações para uma alimentação saudável; Brasil tem 8,2 milhões de adultos obesos
Saúde|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
O Guia Alimentar para a População Brasileira completa 10 anos nesta terça-feira (5) em meio ao crescimento dos índices de obesidade no país. A publicação reúne as principais orientações do Ministério da Saúde para uma alimentação saudável e foi criada após recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para que os países elaborassem e atualizassem as diretrizes nacionais de alimentação e nutrição.
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Conforme levantamento exclusivo do R7, o cenário da obesidade e do sobrepeso no país está em crescimento, com o número de pessoas adultas com obesidade tendo aumentado 286% na última década. O total de pacientes acompanhados na Atenção Primária à Saúde (Unidades Básicas e Postos de Saúde) cresceu de 2,1 milhões em 2014 para 8,2 milhões no ano passado.
Enquanto isso, o número de adultos com sobrepeso saltou de 3,1 milhões pacientes acompanhados para 8,5 milhões.
Referência internacional
Ao R7, o Ministério da Saúde reforçou que o Guia Alimentar é uma referência internacional que prioriza, por exemplo, o alimento do produtor familiar e estimula práticas alimentares sustentáveis e saudáveis.
“O Guia é reconhecido nacionalmente e internacionalmente por seu caráter inovador e vem sendo um importante instrumento para orientar a prática dos profissionais de saúde, educação, assistência social, entre outros, além de subsidiar o processo de elaboração e implementação de políticas públicas para além do campo da saúde”, disse a pasta.
O ministério acrescentou que o documento oferece orientações para melhorar a saúde da população e prevenir o risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e hipertensão, por meio de escolhas alimentares adequadas e saudáveis.
“Uma das inovações trazidas pela versão atual do Guia é a adoção da classificação nova, que assume que a extensão e o propósito do processamento a que alimentos são submetidos determinam não apenas seu conteúdo em nutrientes, mas outros atributos com potencial de influenciar o risco de obesidade e de várias outras doenças relacionadas à alimentação.”
Principais orientações do Guia Alimentar
Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados
Opte por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos recheados; não troque a “comida feita na hora” (caldos, sopas, saladas, molhos, arroz e feijão, macarronada, refogados de legumes e verduras, farofas, tortas) por produtos que dispensam preparação culinária (“sopas de pacote”, “macarrão instantâneo”, pratos congelados prontos para aquecer, sanduíches, frios e embutidos, maioneses e molhos industrializados, misturas prontas para tortas) e fique com sobremesas caseiras, dispensando as industrializadas.
Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação
Alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, são a base de uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável. Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.
Limite o uso de alimentos processados
Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados — como conservas de legumes, compotas de frutas, queijos e pães — alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam.
Evite alimentos ultraprocessados
Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados — como biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo” — são nutricionalmente desbalanceados. Por causa de sua formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.