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Ministério da Saúde alerta para aumento de mortes por afogamento no Brasil

Veja orientações da pasta para evitar acidentes neste feriado; 30% das ocorrências envolvem crianças e adolescentes

Saúde|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Ministério da Saúde alerta para cuidados Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil - a

Entre 2010 e 2023, o Brasil teve 71,6 mil mortes por afogamento, segundo o Ministério da Saúde. Com a chegada do feriado de Carnaval, a pasta alerta para os riscos nas viagens para praias e cachoeiras e lazer na água. Os maiores envolvidos nesse tipo de acidente são crianças e adolescentes. Nos últimos 13 anos, 12,6 mil casos envolveram adolescentes de 10 a 19 anos, e 5.800 tiveram como vítimas crianças de 1 a 4 anos.

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O Ministério da Saúde informa que, quanto às internações no SUS (Sistema Único de Saúde), foram registrados 11,1 mil casos relacionados a afogamentos entre 2010 e 2023. Quase 30% das ocorrências (3.072) envolveram crianças e adolescentes de até 14 anos, e mais da metade dessas ocorrências (51%) ocorreu em crianças de 1 a 4 anos.

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, quando são analisados dados de 2014 a 2021, foi observada uma tendência de aumento anual de 2% nas taxas de mortalidade por afogamento acidental em crianças de 1 a 4 anos.

“A maior parte dos afogamentos acontece em praias e cachoeiras, mas são muitos os registros de acidentes dentro de casa, em piscinas, banheiras, baldes, entre outros. As crianças menores são as mais vulneráveis e podem se afogar em qualquer recipiente, mesmo com pouca água ou outros líquidos”, explica.


De acordo com estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde), ocorreram 300 mil mortes no mundo por afogamento em 2021, das quais 24% foram de crianças menores de 5 anos de idade e 19% entre crianças de 5 a 14 anos.

Prevenção

Devido ao alto número de ocorrências, a reportagem conversou com o capitão dos Bombeiros do Distrito Federal, Alan Valim, oficial do grupamento de busca e salvamento da corporação, que deu dicas para quem quer se refrescar em segurança.


“Uma das dicas é jamais acessar ambientes líquidos desacompanhado. Isso serve para as pessoas que não sabem nadar, especialmente, mas também para aquelas que sabem nadar. Para quem não sabe nadar, ela não deve permitir que a água passe da altura do joelho em água corrente, e da altura da cintura em água parada”, afirma.

O bombeiro também orienta que na primeira suspeita de afogamento, é necessário pedir ajuda. “No primeiro caso de suspeita que a pessoa não consegue se sustentar na superfície, ela deve chamar o socorro de alguém que esteja mais próximo. Outro ponto é não tentar salvar alguém que esteja em situação de afogamento se você não conhece as práticas para isso. O melhor é buscar algum objeto flutuante para jogar, às vezes uma garrafa pet fechada, uma boia, ou caixa de isopor para essa pessoa se apoiar”, aconselha.


Com as crianças, o oficial alerta que o cuidado deve ser redobrado. “Nunca deixe a criança em uma distância maior que um braço, especialmente em água corrente. E não as deixe desacompanhadas”, declara.

Os cuidados variam a depender do ambiente em que a pessoa está. “Lago ou lagoa, a pessoa não deve acessar desacompanhada, não ir até a água ficar acima da cintura e procurar conhecer a profundidade. No Lago Paranoá, por exemplo, há regiões de 30 centímetros de profundidade que depois já avançam para 3 metros, 4 metros de profundidade de forma muito abrupta, como no caso da Ponte JK, que registra muitos afogamentos por conta disso”, explicou.

Veja cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde

  • Assegurar a supervisão de crianças por adultos enquanto estiverem na água ou próximo;
  • Evitar deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
  • Proteger piscinas, poços e reservatórios com barreiras que impeçam o acesso à água;
  • Evitar brincadeiras inadequadas na água como corridas, empurrões e saltos;
  • Observar e respeitar as sinalizações em praias, rios e lagos que indiquem áreas com alto risco de afogamento;
  • Evitar nadar em áreas profundas, de profundidade desconhecida ou distantes da margem;
  • Não entrar na água durante condições climáticas desfavoráveis, como raios, trovões, tempestades, ventanias ou quando o mar estiver agitado;
  • Em caso de acidentes, acione o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pelo 192.

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