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Ministério da Saúde vai usar método que modifica mosquitos para combater a dengue no DF

Estratégia libera em larga escala mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia, que impede transmissão de doenças

Saúde|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília


O Ministério da Saúde vai incluir o Distrito Federal no uso do método Wolbachia de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue. Segundo a SES (Secretaria de Saúde do DF), o projeto está na fase de formalização da parceria e revisão do acordo de cooperação técnica, mas a expectativa é que a implementação comece ainda em 2025. Planaltina, São Sebastião, Paranoá, Itapoã, Arapoanga, Estrutural, Recanto das Emas, Fercal e Gama serão as primeiras regiões administrativas a receber o método.


O método consiste na liberação em larga escala de mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia. Essa bactéria não afeta humanos ou outros vertebrados, e ela reduz a capacidade dos mosquitos de transmitir arboviroses, como dengue, zika e chikungunya.

Os mosquitos liberados se reproduzem na área e estabelecem uma nova população que seja totalmente infectada pela bactéria e, dessa forma, não transmite mais doenças. Segundo o ministério, o estabelecimento das populações infectadas ocorre em dois anos, em média.

A iniciativa já foi implementada em Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG) com resultados positivos. Em Niterói, que foi a pioneira, teve redução de 69% da incidência de dengue, 56% de chikungunya e 37% de zika.


Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Joinville (SC), Uberlândia (MG), Natal (RN) e Presidente Prudente (SP) estão em processo de implementação.

O subsecretário de vigilância em saúde da SES, Fabiano dos Anjos, afirma que o método Wolbachia é positivo por ser sustentável e não trazer danos ao meio ambiente. Segundo ele, o fumacê — estratégia de aplicação de inseticidas por veículos — é eficiente, mas tem o efeito colateral de eliminar outros insetos além do Aedes aegypti e impactar a fauna e flora local.

O Distrito Federal registrou 1.679 casos prováveis de dengue durante o mês de janeiro. Esse número representa uma redução de 96,7% se comparado ao mesmo período do ano passado, que teve 48.399 casos. Ainda não há mortes confirmadas, mas um óbito está sendo investigado. O Itapoã e o Paranoá são as únicas regiões administrativas que apresentam taxa de incidência média (de 100 a 299,9 casos por 100 mil habitantes). As outras RAs possuem incidência baixa de dengue.

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