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Mudanças climáticas agravam problemas respiratórios em crianças; entenda os riscos

Estudo evidencia que ondas de calor, poluição e eventos extremos estão ligados ao crescimento de alergias e infecções na população infantil

Saúde|Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Mudanças climáticas prejudicam a saúde respiratória de crianças, aumentando o risco de doenças alérgicas e infecções.
  • Eventos extremos, como ondas de calor e poluição, têm levado a um aumento significativo de doenças respiratórias na população infantil.
  • Crianças asmáticas e com rinite alérgica são mais vulneráveis aos efeitos negativos das mudanças climáticas e poluentes.
  • A conscientização sobre medidas preventivas é crucial para proteger a saúde respiratória das crianças, especialmente em contextos de baixa renda.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Avanço da industrialização e a intensificação de eventos climáticos extremos têm contribuído significativamente para o aumento global das doenças respiratórias Reprodução: Freepik

As mudanças climáticas prejudicam a saúde respiratória das crianças, principalmente as mais vulneráveis, o que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças alérgicas e infecções. Essa é a conclusão de uma ampla revisão de estudos feitos na última década pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

Pesquisadores da Unipampa (Universidade Federal do Pampa), no Rio Grande do Sul, e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) destacam que, nas últimas décadas, o avanço da industrialização e a intensificação de eventos climáticos extremos — como ondas de calor, incêndios florestais, secas, furacões e tempestades — têm contribuído significativamente para o aumento global das doenças respiratórias.


Para se ter uma ideia, entre 1990 e 2017, houve um aumento de quase 40% na quantidade de portadores de doenças respiratórias crônicas, segundo artigo publicado em 2020 no The Lancet Respiratory Medicine.

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As crianças, principalmente as asmáticas, são particularmente suscetíveis aos impactos respiratórios desses fenômenos. Esse risco é agravado pelas atividades ao ar livre em dias extremamente quentes e poluídos.


“Mudanças climáticas, como aumento de temperatura e elevação de pluviosidade, podem levar a alterações na permeabilidade do epitélio das vias respiratórias e piora da inflamação nessas vias, o que é agravado pela maior exposição a poluentes atmosféricos e domiciliares”, alerta o pneumopediatra Fabio Muchão, do Einstein Hospital Israelita.

Asmáticos ou portadores de rinite alérgica já têm naturalmente um certo grau de inflamação nas vias aéreas. “Ao serem expostos a fatores como poluição e aumento de temperaturas, que intensificam esse processo inflamatório, enfrentarão maiores dificuldades para estabilizar suas doenças de base”, diz Muchão.


Mas crianças saudáveis também podem ser afetadas. “Casas atingidas por inundações, por exemplo, podem ter paredes mofadas e úmidas que podem desencadear crises alérgicas”, afirma a pediatra Marilyn Urrutia Pereira, do Grupo de Trabalho “Saúde Planetária - Saúde Única”, da SBP, e uma das autoras do estudo

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As infecções respiratórias — especialmente em crianças — e várias doenças respiratórias crônicas estão fortemente relacionadas à poluição do ar dentro de casa. A exposição precoce a esses poluentes compromete o desenvolvimento pleno da função pulmonar e reduz a capacidade dos pulmões de lidar com agressões futuras. Como consequência, aumenta-se o risco de danos pulmonares ainda na infância, provocados por poluição, infecções ou pela inalação de substâncias tóxicas, como fumaça e tabaco.


Esses impactos são particularmente prevalentes em países de baixa e média renda. “A má qualidade da moradia, por exemplo, afeta a qualidade do ar interno. A exposição a umidade e mofo em casa, casas frias e a presença de pragas e poluentes têm impacto significativo na saúde respiratória infantil”, pontua a pediatra da SBP.

Daí a importância de aumentar a conscientização e a capacitação entre médicos, além de educar os pais sobre medidas preventivas, como limitar atividades ao ar livre durante picos de poluição. “Cabe a nós contribuirmos com ações diárias no combate às mudanças climáticas e mantermos o acompanhamento de saúde das crianças em dia, sempre enfatizando a importância de um calendário vacinal atualizado”, completa o médico do Einstein.

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