Oito em cada dez internações por complicação respiratória no Brasil são causadas pela Covid, diz Fiocruz
País vive aumento do número de infecções e mortes pela doença, com patamares semelhantes aos observados no meio do ano
Saúde|Do R7
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou nesta quinta-feira (22) dados atualizados das internações por Srag (síndrome respiratória aguda grave) no país que mostram a predominância da Covid-19.
Segundo o boletim InfoGripe, de todas as internações por complicação respiratória ocorridas entre 11 e 17 de dezembro, 80,2% eram de pessoas com Covid-19.
O restante se dividia entre vírus sincicial respiratório (8,3%), que atinge majoritariamente bebês e crianças; influenza A (1,7%); e influenza B (0,7%).
Um padrão semelhante foi observado em relação aos casos que evoluíram para óbito no período.
O vírus sincicial respiratório "mantém presença expressiva nas crianças de zero a quatro anos, além de apresentar retomada do crescimento nesse público nos três estados da região Sul e no DF", diz o boletim.
Dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) mostram que nesta quarta-feira (21) a média móvel de novos casos de Covid-19 no país era 41.861 por dia, o patamar mais elevado desde meados de julho deste ano.
Já a média móvel diária de mortes causadas pela doença atingiu 145, o número mais alto desde o fim de agosto.
Apesar de os números serem semelhantes aos observados na metade do ano — quando a onda não foi considerada tão significativa —, especialistas temem que as reuniões sociais e viagens de fim de ano possam aumentar a quantidade de pessoas infectadas.
O coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes, recomenda a manutenção das medidas preventivas individuais "especialmente para pessoas com maior risco de desenvolver casos graves".
Entre as orientações está o uso de máscara em locais com aglomeração de pessoas, incluindo o transporte público.
Cabe ressaltar ainda que as principais vítimas de internação e óbito por Covid-19 neste ano vêm sendo idosos e indivíduos com alguma imunossupressão, mas também há casos de pessoas entre 31 e 40 anos que estão evoluindo mal, especialmente devido ao esquema vacinal incompleto.