OMS investiga origem do coronavírus em camelos no Catar

Genebra, 29 nov (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) tenta determinar a origem dos primeiros casos confirmados de coronavírus em três camelos do Catar, e determinar assim as vias de transmissão desta doença que também circula entre humanos. "Não sabemos se os camelos infectaram as pessoas ou se foram as pessoas que transmitiram o vírus aos camelos, ou se ambos foram infectados por uma terceira fonte, é muito breve para dizer algo sobre este tema", disse à imprensa o responsável do Departamento de Segurança Alimentar e Zoonoses da OMS, Peter Ben Embarek. Os especialistas da OMS acreditam que a descoberta destes casos de coronavírus em animais contribuirá para desenvolver os estudos que são realizados sobre a doença para averiguar como atua e em que circunstâncias os seres humanos se expõem a ela. Até agora foram detectados 160 casos confirmados de infecções por coronavírus no mundo todo, 68 dos quais foram mortais, com uma concentração de casos nos países do Golfo Pérsico. A organização disse que as pessoas com risco de contrair a forma mais aguda desta doença - por sofrer de doenças crônicas de tipo cardiovascular ou diabetes - devem evitar o contato com animais de fazendas e manadas situadas em áreas onde foi detectada a presença do vírus. Por outro lado, recomendou à população em geral que reforce as medidas de higiene frequentes, como lavar as mãos antes e depois de tocar animais, evitar o contato com animais doentes e lavar cuidadosamente os alimentos. A OMS junto com as autoridades do Catar estuda a possibilidade de acrescentar mais recomendações à população caso seja necessário. Os casos dos três camelos infectados foram confirmados hoje pelas autoridades de saúde catarianas, que os vincularam com duas pessoas que tinham sido contagiadas anteriormente e depois se recuperaram. Esta é a primeira vez que se detecta a presença do coronavírus em animais no Catar, depois de um caso informado em camelos na Arábia Saudita nos quais foram encontrados anticorpos relacionados com este vírus. No entanto, os estudos de laboratório não tinham podido determinar se esses anticorpos tinham sido gerados pela presença deste coronavírus ou de um vírus similar. A OMS confirmou agora que se trata, com efeito, do mesmo vírus, disse Ben Embarek. Sobre como dois grupos de camelos localizados em diferentes países estiveram expostos ao mesmo vírus, o especialista disse que é uma incógnita que se espera elucidar através das investigações. Os sintomas apresentados pelos pacientes infectados são problemas respiratórios e diarreia, e nos casos mais graves falhas renais e síndrome de dificuldade respiratória aguda. EFE rra/ma