Vacinação infantil começa a se recuperar após pandemia - mas não em todos os lugares, diz ONU
Esforços contra sarampo e difteria começam a surtir efeito
Saúde|Do R7
Os esforços para vacinar crianças em todo o mundo contra doenças mortais, como sarampo e difteria, começaram a se recuperar em 2022, após um retrocesso histórico causado pela pandemia de Covid-19, de acordo com novos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Mas a recuperação continua desigual, com fortes retomadas em grandes países de renda média-baixa, como Índia e Indonésia, mascarando problemas contínuos em muitos países menores e mais pobres, disseram as agências em um comunicado divulgado nesta terça-feira (19).
Em 2022, 20,5 milhões de crianças perderam uma ou mais vacinas de rotina, abaixo dos 24,4 milhões de crianças em 2021. Apesar do progresso, os números ainda são maiores do que em 2019, quando 18,4 milhões de crianças não estavam totalmente protegidas.
Os números são estimados em 183 países, usando dados baseados na aplicação da vacina de três doses contra difteria, tétano e coqueluche, e incluem crianças que não receberam nenhuma vacina, bem como aquelas que perderam alguma das doses necessárias para proteção.
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Globalmente, as taxas de cobertura estavam em 86% antes da pandemia e em 84% em 2022.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que os números são "encorajadores", mas há preocupações de que os mais vulneráveis estejam sendo deixados para trás.
"Quando países e regiões ficam para trás, as crianças pagam o preço", declarou ele.
Dos 73 países que tiveram quedas substanciais na cobertura de rotina durante a pandemia, 34 —incluindo países como Angola e Síria — não tiveram melhora desde então ou até pioraram. Quinze se recuperaram para níveis pré-pandêmicos e 24 estavam a caminho da recuperação, disseram a OMS e o Unicef.
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As agências também alertaram que as vacinações contra o sarampo não se recuperaram tão rapidamente, com 21,9 milhões de crianças em todo o mundo perdendo a primeira dose em 2022 — 2,7 milhões a mais que em 2019 — e 13,3 milhões a segunda. Nos países de baixa renda, as taxas de cobertura do sarampo continuaram caindo no ano passado, para 66%, em comparação com 67% em 2021, disse Kate O'Brien, chefe de imunização da OMS. Os surtos de sarampo já estão aumentando.