Uma equipe de resgate salvou no início deste mês cinco colmeias de abelhas que ficaram soterradas por 50 dias pelas cinzas do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias. Estima-se que cerca de 150 mil exemplares do inseto tenham sido recuperados pelas autoridades locais.
As seis colmeias estavam a 600 m do vulcão, e apenas uma delas não tinha abelhas vivas. Segundo o jornal canadense Calgary Herald, os insetos usaram própolis para tampar as brechas da colmeia, impedindo que as cinzas entrassem nas caixas.
As abelhas também foram beneficiadas pelo fato de o apicultor que as cultiva não ter recolhido o mel do verão, alimento que usaram para sobreviver até ser resgatadas.
O presidente da Defesa Sanitária (ADS, na sigla em espanhol) de La Palma, Elías González, afirmou que a proximidade das colmeias com o vulcão foi positiva. As cinzas que atingiram as caixas são de um tipo que permite uma maior passagem de ar, o que manteve as abelhas vivas.
Apesar da sorte dos insetos das cinco colmeias, a realidade pós-erupção será difícil para outras abelhas das Ilhas Canárias. Estudos da Universidade do Havaí mostram que elas não deixam de consumir alimentos infectados pelas cinzas.
Além de as abelhas terem o sistema digestivo afetado pela dieta comprometida, as flores, sua principal fonte de alimento, tendem a morrer sufocadas com as cinzas expelidas durante a erupção, limitando ainda mais as opções desses insetos.