Nos últimos anos, a Antártida tem passado por mudanças significativas que não se restringem apenas ao aumento de temperatura na região, mas também ao padrão de vegetação local. Isso porque, com primaveras e verões mais quentes, plantas nativas com flores, como a erva-pilosa-antártida (Deschampsia antarctica) e a pêra-da-antártida (Colobanthus quitensis), têm ganhado terreno no continente gelado.
Segundo pesquisadores da Universidade de Washington, em 2022 foi registrada a maior onda de calor no Polo Sul. No mês de março, por exemplo, termômetros locais marcaram 39°C acima do normal durante três dias consecutivos, com um pico de -10 °C em algumas áreas.
![Pêra-da-antártida ('Colobanthus quitensis')](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/KJZLL7KAB5MJLJVXJNZPMZYZXA.jpg?auth=ffd392c1c969ec7fa606c37b49a750bcc32c9d63855d57e887162dde42167c8b&width=771&height=419)
Com o calor, vastas camadas de neve e gelo permanentes derreteram e abriram espaço para as plantas anteriormente restritas a uma pequena porcentagem de terras adequadas. Conforme reportado pelo site Science Alert, entre 2009 e 2018, a taxa de expansão da erva-pilosa-antártida e a pêra-da-antártida aumentou em 20%.
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No entanto, para além da crise climática no continente gelado, cientistas temem que a recolonização vegetal leve a uma “perda irreversível de biodiversidade” local.
"Sabemos que haverá milhares de quilômetros quadrados de novas áreas livres de gelo e que as temperaturas mais altas e a água extra disponível criarão novos hábitats, o que beneficiará algumas espécies e não outras", explicou a bióloga conservacionista Jasmine Lee, em depoimento à publicação British Antarctic Survey. "Infelizmente, os climas mais amenos também reduzirão a barreira de invasão de espécies vegetais e animais estrangeiras", acrescentou.
Pinguins e geleiras sofrem com mudança climática na Antártida
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