Sua smart TV está espionando você, e especialistas recomendam ficar atento a isso

Aparelhos modernos contam com tecnologia que registra o conteúdo na tela, geralmente sem o conhecimento do comprador

21/12/2023 - 02h00 (Atualizado em 16/02/2024 - 03h03)

Se você comprou uma smart TV recentemente, é bem possível que ela saiba exatamente a que você está assistindo nela. E isso inclui vídeos de streaming, jogos de videogame e programas de TV a cabo. Tudo para gerar anúncios direcionados, que podem ser mais caros.

A tecnologia que permite essa vigilância constante se chama ACR (reconhecimento automático de conteúdo, em português) e vem embutida na maioria dos aparelhos mais modernos — na grande maioria dos casos, sem o conhecimento dos consumidores.

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As TVs com essa função capturam cerca de 7.200 imagens reproduzidas na tela por hora e as enviam decodificadas para servidores, que as comparam com um banco gigantesco de conteúdo.

É similar ao funcionamento do aplicativo Shazam, que identifica músicas e programas de TV de forma parecida — a empresa foi comprada pela Apple, em 2018.

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Dessa forma, televisões se tornam máquinas de anúncios e exploram um mercado que poderá render US$ 87 bilhões, em 2027, segundo a consultoria Ampere.

Alerta do FBI

Em dezembro de 2019, o FBI emitiu um alerta sobre a "espionagem" feita por smart TVs. Segundo a agência, além dos riscos para a privacidade, existe a possibilidade de hackers mal-intencionados usarem as funções de vigilância dos aparelhos para aplicar golpes.

"Além do risco de o fabricante da sua TV e os desenvolvedores de aplicativos estarem ouvindo e observando você pelo aparelho, essa televisão também pode ser uma porta de entrada para hackers invadirem sua casa", afirmou a agência, em um comunicado.

A captura vem ativada de fábrica e para desativá-la é necessário fuçar os menus de configurações, mas o caminho até lá depende da marca da TV.

A opção geralmente está em "Privacidade" ou "Configurações adicionais". Lá, basta encontrar os menus de "segmentação de anúncios" ou "rastreamento de publicidade".

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O FBI recomenda ainda pesquisar se seu aparelho possui câmeras e microfones embutidos, usados para coletar dados de áudio e vídeo — geralmente para confirmar se o telespectador está olhando para a tela ou ouvindo algum conteúdo em aparelhos móveis.

A dica, no caso das câmeras que não sejam utilizadas para videoconferência ou funções similares, é tampá-las com fita adesiva.

Saiba como garantir mais privacidade ao acessar redes sociais e sites

Nesta quinta-feira (28), é celebrado o Dia Internacional de Proteção de Dados. Confira dicas simples, fornecidas pela empresa de segurança
cibernética Avast, para atualizar a sua privacidade na internet

*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

Gerencie a publicidade

Acesse as suas configurações de privacidade em
redes sociais, como o Facebook e o Twitter, e remova interesses que a plataforma
pode usar para te atingir. Sempre que possível, desative ou remova também
quaisquer dados pessoais que possam ser usados para a segmentação de anúncios. Você
pode ainda limitar o rastreamento e a segmentação de anúncios feitos por essas
plataformas com base na sua navegação fora da mídia social, como desabilitar a
"Atividade fora do Twitter", no Twitter e remover "Anúncios
exibidos fora do Facebook", no Facebook

Desabilite o rastreamento de
localização

Desabilite os Serviços de Localização no celular
para todos os aplicativos de redes sociais e de sua câmera. O rastreamento e o
histórico de localização podem permitir que plataformas de mídias sociais e
aplicativos rastreiem e cataloguem suas localizações com precisão, e então,
exibam anúncios personalizados

Não clique em anúncios

Muitos aplicativos e plataformas de mídias
sociais rastreiam não apenas quais anúncios você clica, mas também quanto tempo
você passa olhando para eles ou passando por eles. Se você não quer que as
plataformas de mídias sociais ou aplicativos tenham informações sobre os seus
interesses, adquira o hábito de realmente ignorar todos os anúncios juntos.
Também não use o recurso "Loja", que pode ser encontrado no Instagram
e no Google, por exemplo

Não faça login em certas redes sociais

Em algumas plataformas, como o Twitter e o TikTok, é possível visualizar o
conteúdo sem estar logado. Ao optar por não fazer o login, você deixa de exibir
uma grande quantidade de dados que poderiam potencialmente ser coletados, como
a jornada do usuário pela rede, incluindo o conteúdo que você pesquisa e
interage e os anúncios nos quais você clica

Cancele
permissões de aplicativos e jogos

A maioria das pessoas provavelmente já fez
login em outros aplicativos e sites com os seus detalhes de login do Facebook
ou Google. Isso, embora seja muito conveniente, dá a esses sites o acesso aos
seus dados. Para contornar o problema, é muito simples – basta acessar as configurações
do Facebook e cancelar as permissões. Da mesma forma, você pode gerenciar o
acesso de terceiros à sua conta do Google, por meio das configurações de
segurança

Fique atento ao e-mail: Parece uma dica simples, mas ela precisa ser reforçada. As instituições de ensino entrarão em contato com os aprovados para passar as orientações de matrícula por e-mail. Cheque sua caixa diariamente para evitar que alguma informação importante passe. "Se o prazo de inscrição em alguma universidade chegar ao fim, o aluno será automaticamente desclassificado e não há a possibilidade de recorrer da decisão", explica Ricci.

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