Torcida protesta, zica e faz a festa ao lado do Itaquerão
Público invadiu área de camarote para ver jogo em telão

No meio da multidão verde e amarela, o aposentado Ramos Silva, de 56 anos, se destacava usando barba vermelha e colete azul. Ele foi até o Itaquerão protestar contra a presidente Dilma Rousseff e os gastos com a Copa.
— Hoje eu sou Croácia. A Dilma faliu o Brasil. A Copa vai ser da Argentina.
A manifestação solitária não encontrou muitos adeptos.
— Eu já fui xingado de tudo quanto é nome.
Mariza de Paula, no entanto, foi ao Itaquerão para aproveitar a festa. A cabeleireira mora na Alemanha e veio ao Brasil especialmente para o mundial.
— Eu tinha de ver de perto (o Itaquerão), mesmo que do lado de fora.
A ideia de Mariza, no entanto, era estar na arquibancada. Sem ingresso na mão, ela esperava conseguir algo com cambistas.
— Cheguei às 13h. Vi um monte de gringo com placa pedindo ingresso, mas não consegui nada.
Quem trabalhava no shopping ao lado do estádio teria direito a um camarote com telão para ver a partida. Mas os lojistas viram a área ser invadida pelos torcedores.
A caixa Alessandra de Oliveira, de 21 anos, tinha ingresso para o camarote, mas não conseguia driblar a aglomeração.
— A gente viu toda a invasão. Foi quando conseguimos passar.
A também caixa Camila Morais, de 29 anos, achou o clima da torcida ameno.
— Achei que fosse ter protesto, tiros. Está bem tranquilo.
Outro que se destacava era o estudante Thiago Moreira, de 21 anos. Ele estava com a cara pintada com a bandeira da Inglaterra, sua seleção do coração.
— Já vieram falando em inglês comigo, tiraram foto. Acham que sou gringo.