Delator de esquema de corrupção na Petrobras, Alberto Youssef passa mal na cela e volta a ser internado no PR
Preso desde março em Curitiba, doleiro sofre de doença cardíaca e teve complicações
Brasil|Marc Sousa, da TV Record, em Curitiba
O doleiro Alberto Youssef passou mal novamente na carceragem da Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR) e voltou a ser internado às 15h deste sábado (29). Ele chegou ao Hospital Santa Cruz com febre e dores abdominais. Esta foi a quarta vez que Youssef foi levado ao hospital.
Youssef sofre de problemas cardíacos. Por isso, os carcereiros decidiram levá-lo ao hospital na capital paranaense. O primeiro boletim médico sobre o estado de saúde de Youssef deverá ser divulgado no início da noite.
Há pouco mais de um mês, Youssefhavia sido internado no mesmo hospital após passar mal na cela da PF no Paraná.
Leia mais notícias de Brasil e Política
O doleiro é delator de um esquema de corrupção na Petrobras, descoberto depois da operação Lava Jato da PF. Ele está preso desde 17 de março na Superintendência da PF, quando os agentes federais iniciaram a operação.
A Lava Jato já está em sua 7ª fase, deflagrada há 15 dias, e levou para a cadeia diretores de grandes empreiteiras e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
Na última terça-feira (25), Youssef encerrou uma maratona de 150 horas de depoimentos na Polícia Federal. Assim como o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Youssef aceitou acordo de delação premiada para falar o que sabe sobre as irregularidades na estatal em troca da redução da sua pena, caso seja condenado.
O material será enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ficará a cargo do relator Teori Zavascki homologar ou não a delação. Com o fim das oitivas, a expectativa da defesa do doleiro é que ele deixe a cadeia na semana que vem.
Quem é Alberto Youssef?
Investigado na operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef está preso desde março na carceragem da PF na capital paranaense. Ele é acusado de ser um dos operadores de um esquema de desvio de dinheiro de contratos da Petrobras que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Em depoimento prestado no começo do mês, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acusou o PP, o PMDB e o PT de envolvimento no recebimento de propinas de empreiteiras. Costa está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro.
Costa também teria citado o envolvimento do ex-presidente do PSDB no esquema, Sérgio Guerra, que teria recebido propina para "travar" uma CPI da Petrobras no Congresso. A denúncia foi reforçada pelo laranja de Alberto Yousseff, Leonardo Meirelles, em depoimento à Justiça.
Em depoimento vazado à imprensa, o doleiro afirmou à PF e ao Ministério Público em Curitiba que a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, teriam total conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
A informação foi publicada pela revista Veja a dois dias da votação do segundo turno da eleição presidencial. A presidente Dilma chamou a publicação da reportagem de "ato de terrorismo eleitoral". O advogado do doleiro se disse surpreso e afirmou desconhecer o depoimento. Depois, ele declarou que não poderia "desmentir nem confirmar" a versão do doleiro.