CPMI do 8 de Janeiro pode ouvir Gonçalves Dias, Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto
Questionado sobre o governador do DF, presidente da comissão disse que não foi apresentado requerimento para convocá-lo
Brasília|Camila Costa, do R7, em Brasília
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que o general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto podem ser ouvidos pelo colegiado nos próximos dias.
Os nomes foram apontados por Maia nesta terça-feira (8), após o depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, ao ser questionado sobre os dedobramentos da CPMI. "Me perguntaram se é o caso do general [G.Dias] e me parece que sim. Se for necessário ouvir a deputada Carla Zambelli, ela será ouvida na CPMI. Eu não tenho nenhum investigado de estimação. Todas as pessoas que tiverem requerimentos protocolados poderão ser ouvidas, mas tem que ter um nexo causal. A CPMI foi criada para tratar do que aconteceu no dia 8 de janeiro", afirmou.
O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) apresentou requerimento de convocação da deputada Zambelli, mas o pedido ainda não foi votado pela comissão.
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Walter Delgatti Neto também pode ser ouvido. Ele foi preso no interior de São Paulo, na mesma operação que mirou Carla Zambelli. O hacker ficou conhecido no caso da "Vaza Jato" por ter invadido telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato e divulgado conversas entre integrantes da força-tarefa.
Em depoimento à PF, ele disse que Zambelli o teria contratado para fraudar as urnas eletrônicas e inserir um mandado de prisão contra Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para isso, ele teria recebido R$ 13 mil, pagos por assessores da parlamentar.
No mesmo dia da operação da Polícia Federal, Zambelli convocou uma coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados. Ela negou que tenha contratado Delgatti Neto para fazer trabalhos criminosos e afirmou que os pagamentos feitos a ele se referem a serviços no site dela. Ainda segundo a deputada, os pagamentos referentes ao serviço somam R$ 3 mil, que saíram de contas pessoais.
Outra oitiva a ser agendada é a do fotógrafo da agência internacional de notícias Reuters Adriano Machado. A CPMI já aprovou o requerimento de convocação. Adriano estava a trabalho no prédio do Congresso Nacional no dia dos atos extremistas na Praça dos Três Poderes.
Questionado sobre uma possível oitiva do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), Arthur Maia garantiu que ainda não foi apresentado requerimento pedindo a convocação dele.