Mini Civic? Novo City aposta no visual do irmão mais velho para melhorar as vendas baixas do ano passado
DivulgaçãoPensado para mercados emergentes, o Honda City desembarcou no Brasil em 2009 como uma opção mais acessível e racional ao irmão maior Civic, de quem herdava a robustez mecânica e traços do visual.
Nesta nova geração, o modelo ganhou desenho mais agressivo, cresceu no tamanho — são 5,5 cm no comprimento e 5 cm no entre-eixos, que refletiram em maior espaço interno — e incorporou novas tecnologias, sendo a mais relevante o câmbio automático CVT, já disponível no Fit.
Infelizmente as mudanças afetaram os preços, que subiram de R$ 50.990 e R$ R$ 64.990 no modelo 2014 para R$ 53.900 a R$ 69 mil na versão 2015. Para ficarmos só na rivalidade caseira, o City topo de linha é mais caro que o Civic intermediário (R$ 68.890), um carro mais potente e bem acabado.
Segundo a Honda, essa versão mais cara (EXL), de R$ 69 mil, será uma das mais vendidas do modelo, com 35% no mix de vendas — veja todas as versões, preços e itens na galeria abaixo. Dito isso, será que o novo City justifica o preço ao volante? O R7 Carros avaliou a versão EXL em um trecho de 210 km entre as cidades de Itatiba e Limeira, no interior de São Paulo.
Ao volante
Por fora, o City ganhou nova régua cromada na grade dianteira e para-choques mais esportivos. Na traseira, as lanternas alongadas invadem agora a lateral, que recebeu um vinco acentuado na altura das maçanetas semelhante ao do Fit.
Sob o capô, nenhuma grande mudança. O motor 1.5 de 116 cavalos a 6.000 rpm e 15,3 kgfm de torque a 4.800 rpm (etanol) é o mesmo da geração anterior, mas ganhou tecnologia FlexOne e novos componentes, mais leves, para reduzir atrito e consumo.
Traseira tem visual invocado com lanternas alongadas
DivulgaçãoAssociado a ele está o câmbio automático CVT, que simula sete velocidades no modo manual por meio de aletas atrás do volante. Na prática, o novo conjunto patina em acelerações fortes e aclives, quando o giro sobe e a cabine é invadida pelo ruído do motor.
Em velocidade de cruzeiro, porém, o câmbio estabiliza o giro em baixa rotação para economizar combustível (a 120 km/h, o ponteiro do tacômetro apontava pouco mais de 2.000 rpm). No geral, o propulsor tem desempenho modesto para o tamanho do carro — são 1.123 kg de peso na versão avaliada.
Quero ser médio
Se o conjunto mecânico desliza, o espaço interno faz bonito. No banco traseiro, há espaço para três adultos sem aperto. No porta-malas, cabem 536 l. Já o acabamento da cabine evoluiu ante a geração anterior, mas o moderno ar-condicionado com tela sensível ao toque contrasta com o visual previsível do restante do painel, sobretudo a central multimídia, que não oferece GPS nem como opcional.
O maior problema do City, contudo, é o preço. A configuração topo de linha do modelo tem valor próximo às versões automáticas de sedãs médios como Peugeot 408 (R$ 68.390), Citroën C4 Lounge (R$ 71.690), Kia Cerato (R$ 71.900), Ford Focus Sedan (R$ 72.400) e Volkswagen Jetta (R$ 73.070).
Por menos, o comprador ainda leva as versões topo de linha do Ford New Fiesta Sedan (R$ 63.290), equipada com o elogiado câmbio Powershift, e do Fiat Linea (R$ 66.450), recheada de itens. Seja no papel, seja ao volante, o Honda City mostra que, ao menos na versão mais cara, não vale o quanto pesa.
* Jornalista viajou a convite da Honda no Brasil
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