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Espuma de colchão revestia boate, diz comerciante

Relatório do Crea-RS aponta uma sucessão de erros técnicos como causa do acidente

Cidades|Com R7

Relatório do Crea-RS aponta uma sucessão de erros técnicos como causa do acidente
Relatório do Crea-RS aponta uma sucessão de erros técnicos como causa do acidente Relatório do Crea-RS aponta uma sucessão de erros técnicos como causa do acidente (RICARDO MORAES/REUTERS)

A espuma utilizada no revestimento acústico da boate Kiss, em Santa Maria (RS), apontada por peritos como um dos pontos fundamentais para a tragédia, foi comprada em uma loja de colchões da cidade, de acordo com o comerciante dono da loja. Segundo ele, o material era comprado diretamente da fábrica, depois de ser encomendado pelos responsáveis pela obra na casa noturna. Isso comprovaria que a reforma no local foi realizada sem supervisão técnica especializada.

Já em Porto Alegre, o Crea-RS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul) elaborou um relatório, após inspeção na boate, no qual aponta uma sucessão de erros técnicos como causa do acidente, que já vitimou 237 pessoas e mantém outras dezenas internadas. Os engenheiros rechaçaram a ausência de profissionais qualificados para a elaboração de planos de prevenção de incêndio.

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O uso de material de revestimento acústico inflamável associado ao espetáculo pirotécnico foram as principais causas do incêndio. Além disso, o presidente do Crea, Luiz Alcides Capoani, criticou a precária sinalização interna, a falha dos extintores, a superlotação do local e a dificuldade de deixar o local. 

— É urgente que os bombeiros entendam que é preciso investir em profissionais preparados, mas também em equipamentos e departamentos técnicos específicos.

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Incêndio

O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que ao ser lançado atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. O fogo se espalhou em poucos minutos.

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A casa noturna estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de mil pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.

Ao entrar na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para socorrer as vítimas do incêndio ocorrido na madrugada de domingo (27), os bombeiros se depararam com uma barreira de corpos.

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O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido Pedroso de Melo, descreveu a situação.

— Os soldados tiveram que abrir caminho no meio dos corpos para tentar chegar às pessoas que ainda estavam agonizando.

Prisões

A prisão dos quatro suspeitos de envolvimento no incêndio da casa noturna em Santa Maria, que matou 237 pessoas, foi prorrogada pelo juiz Regis Adil Bertolini. Hoffman, o cantor Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão estão presos na Penitenciária Estadual de Santa Maria, em celas especiais, separados da massa carcerária.

Elissandro Callegaro Spohr está internado em uma clínica em Santa Cruz do Sul sob custódia policial. Os advogados pretendem entrar com pedido de revogação da prisão temporária. O processo passa a tramitar na 1ª Vara Criminal de Santa Maria, sob a análise do juiz Ulysses Fonseca Louzada.

O advogado de Elissandro Callegaro Spohr, Jader Marques, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu aos chamados.

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