Associação diz que não tem como impedir greve de caminhoneiros
Abcam, uma das entidades do setor, diz ser contra a paralisação embora não se oponha a decisão da categoria
Economia|Do R7
Em nota, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), afirmou, nesta sexta-feira (7), que é contra uma nova paralisação da categoria, mas que não vai se opor caso a base delibere por um novo movimento.
"A situação está insustentável e não sabemos até quando será possível conter a categoria e evitar uma nova paralisação", alertou.
A Abcam é uma das entidades representativas dos caminhoneiros e informa ter 600 mil motoristas em sua base. Ela atuou como uma das interlocutoras do governo na paralisação de maio. A categoria não tem uma liderança única.
Na nota, a entidade se diz "perplexa" com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux de suspender a aplicação de multa pelo descumprimento do piso mínimo do frete rodoviário. Ele tomou essa decisão na noite da quinta-feira (6), atendendo a pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Segundo a Abcam, a decisão "atrapalhou o diálogo" que a categoria travava com o governo e que as lideranças travavam com a base, insatisfeita pela falta de fiscalização quanto à aplicação da tabela de preços. "Recebemos inúmeras mensagens de insatisfação com decisão do ministro do STF, fato que preocupou todas as lideranças da categoria."
"Apesar de sermos contrários a uma nova paralisação geral, não podemos nos opor à decisão dos caminhoneiros os quais representamos", diz a nota. "Infelizmente, o ministro Luiz Fux tomou uma decisão sem antes ouvir o caminhoneiro, ou ao menos as lideranças da categoria."
A Abcam conclui dizendo que, no momento, resta esperar a decisão do STF quanto à constitucionalidade da política de preço mínimo do frete rodoviário. "Assim, poderemos dar o próximo passo com mais segurança e clareza, seja ele qual for."