Recuo não indica fim do ciclo de crescimento, avalia CNI
Stringer / EFE-EPA - 14.4.2020O faturamento real da indústria brasileira caiu 1,2% em novembro na comparação com outubro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (18), pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Trata-se da primeira queda do setor em sete meses.
Em relação a novembro de 2019, o indicador, que registra o valor vendido pela indústria, cresceu 6,8%. No acumulado de janeiro a novembro de 2020, no entanto, o faturamento passou a recuar, registrando queda de 0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Desde maio, o faturamento da indústria vinha crescendo, após registrar queda recorde em abril por causa do início da pandemia de covid-19. Apesar do recuo em novembro, a CNI informou que o setor passa por uma desaceleração e que o resultado de apenas um mês é insuficiente para indicar se o ciclo de crescimento acabou.
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A própria pesquisa apontou que, apesar do recuo no faturamento, outros indicadores continuaram a crescer, como o nível de emprego, que subiu 0,4% em novembro em relação a outubro. Esse foi o quarto mês seguido de crescimento do emprego no setor. O número de horas trabalhadas aumentou 0,8% na mesma comparação.
“Os indicadores mostram que a indústria continua crescendo, mas em um ritmo muito menor. Podemos dizer que isso era esperado. Houve uma recuperação muito rápida da pandemia e o nível de produção já está maior do que antes da crise. Praticamente voltamos ao início do ano passado, quando o crescimento não era muito elevado e ainda temos um nível de incerteza muito mais elevado”, destaca o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.
Capacidade instalada
A utilização da capacidade instalada também recuou, de 80,1% em outubro para 79,9% em novembro. Assim como no caso do faturamento, essa foi a primeira retração desde maio. Apesar da queda, a CNI informou que a UCI continua acima do registrado em novembro de 2019 (78,3%).
A CNI informou que o recuo da utilização da capacidade instalada não indica fim do crescimento, mas desaceleração. “O recuo registrado em novembro não significa uma reversão do crescimento industrial, mas reforça a conclusão de redução do ritmo de crescimento”, escreveu a entidade em comunicado.