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Governo especifica exigências para adesão ao programa que reduz salários e jornada de trabalho

PPE foi lançado pelo governo no início do mês e deverá levar em conta dados do Caged 

Economia|Do R7

Criação do programa se dá em um momento de visível deterioração do mercado de trabalho no País
Criação do programa se dá em um momento de visível deterioração do mercado de trabalho no País

O Ministério do Trabalho divulgou nesta terça-feira (21) as exigências para que as empresas que pretendem aderir ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego) comprovem situação de dificuldade econômico-financeira para se habilitarem.

Para tanto, será preciso que o percentual definido pela diferença entre admissões e desligamentos acumulada nos 12 meses anteriores ao pedido de adesão em relação ao estoque de empregados seja igual ou inferior a 1%.

Além disso, as empresas precisam comprovar que esgotaram alternativas como férias coletivas e uso de banco de horas para os funcionários colocados no programa.

O cálculo deverá levar em conta dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).


"O governo aposta muito nesse programa. O momento está merecendo a execução de um programa deste porte", disse o ministro do Trabalho, Manoel Dias, em entrevista à imprensa.

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O PPE foi lançado pelo governo no início do mês com a assinatura de Medida Provisória pela presidente Dilma Rousseff permitindo a redução da jornada de trabalho e dos salários em até 30%, com uma complementação de 50% da perda salarial bancada pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Durante o anúncio do programa, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosseto, afirmou que o sistema é uma alternativa para o lay-off, esquema em que os trabalhadores têm o contrato suspenso por tempo determinado e recebem parte do salário pago pelas empresas com complemento do governo.


A medida impede demissões em empresas que aderirem ao PPE durante o período de vigência — que vai de 6 a 12 meses — e obriga a manutenção do vínculo por mais um terço desse tempo após o fim do programa.

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Em baixa

A criação do PPE se dá em um momento de visível deterioração do mercado de trabalho no País, com impacto direto sobre a atividade econômica.

Em junho, o Brasil fechou 111.199 vagas formais de trabalho, no pior resultado para o mês desde pelo menos 1992. No semestre, a demissão líquida chegou a 345.417 trabalhadores, segundo dados com ajuste do Caged. Segundo o ministro do Trabalho, o governo aposta muito nesse programa.

— O momento está merecendo a execução de um programa deste porte.

Ele exemplificou que, em seis meses e para 50 mil trabalhadores, a redução de 30% da jornada de trabalho implicaria um gasto do governo com o PPA de R$ 112,5 milhões, sendo que no período haveria a manutenção da arrecadação com contribuições sociais.

Por outro lado, caso esse contingente de trabalhadores fosse demitido, haveria um gasto com seguro desemprego muito superior, de R$ 259,6 milhões.

Também presente na coletiva, o presidente da associação de montadoras de veículos, Anfavea, Luiz Moan, saudou a iniciativa do governo, que classificou como moderna, e lembrou que o limite de 1% definido para calcular a situação de dificuldade econômico-financeira já contempla todas as montadoras no País.

— A maior parte das nossas empresas está com número negativo de empregos. Então todos nós estaríamos incluídos.

Segundo Moan, algumas associadas já estão conversando com os sindicatos representativos para a adesão ao PPE, buscando a celebração de acordos coletivos prevendo a redução de jornada de trabalho e de salários.

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