O juiz Distrital dos Estados Unidos Thomas Griesa, em tom severo, criticou nesta sexta-feira (1º) a decisão da Argentina de dar calote na dívida de R$ 65 bilhões (US$ 29 bilhões) no início da semana, ao invés de pagar os chamados credores, como o ordenado.
Na audiência na corte, Griesa disse aos advogados da Cleary Gottlieb, que representa a Argentina, para "tomarem medidas para interromper as informações enganosas divulgadas pela República" sobre a batalha entre os investidores e o país.
As autoridades do país sul-americano têm afirmado repetidamente que cumpriram suas obrigações com a dívida, o que Griesa classificou com "meia-verdade".
— A República deu declarações públicas que têm sido altamente enganosas, e isso tem que parar.
Griesa ordenou a Argentina pagar R$ 3 bilhões (US$ 1,33 bilhão) mais juros à NML Capital, uma unidade da Elliott Management Corp, e ao Aurelius Capital Management, os dois principais fundos norte-americanos que não concordaram em receber novos títulos após o calote de 2002.
Argentina argumenta que, ao ter depositado R$ 1,2 bilhão (US$ 539 milhões) em 30 de junho como pagamento de juros na conta do Bank of New York Mellon, o curador, tinha cumprido o seu dever de pagar suas dívidas. Griesa ordenou que o banco não transferisse os recursos aos detentores de bônus que aceitaram a troca de bônus da dívida em 2005 e 2010.
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"Meias-verdades não são o mesmo que a verdade", disse ele no tribunal.
A audiência foi convocada para "clarear para onde vamos a partir daqui", disse Griesa, dizendo que "o que ocorreu esta semana não extingue ou reduz as obrigações da República da Argentina".
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