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Petrobras pede ao Governo reajuste automático no preço dos combustíveis

Proposta segue para análise do ministro da Fazenda; decisão sairá até dia 22 de novembro

Economia|Do R7

Ajuste corrigiria defasagem no preço do combustível, diz Petrobras
Ajuste corrigiria defasagem no preço do combustível, diz Petrobras Luca Francesco Giovanni Bertolli/Getty Images/iStockphoto

A Petrobras submeteu ao seu Conselho de Administração uma nova política de preços que prevê reajustes automáticos e periódicos no preço dos combustíveis, conforme a necessidade de alinhamento com os valores praticados no mercado internacional.

A metodologia está sob análise do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e demais membros do conselho da estatal, e deverá ser aprovada ou rejeitada até o próximo dia 22 de novembro, quando está prevista a próxima reunião dos conselheiros.

Desta nova metodologia dependerão os robustos investimentos da Petrobras ao longo dos próximos anos, sinalizou nesta segunda-feira (28) o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, ao afirmar que a política solicitada ao governo (sócio controlador da Petrobras) permitirá a implementação do plano de negócios da estatal.

Referindo-se aos investimentos de R$ 513 bilhões (US$ 236,7 bilhões) previstos de 2013 a 2017, Barbosa afirmou que a previsão é de um novo plano de negócios.


— O que estamos prevendo é que a nova política contemple a nossa previsibilidade e permita a implantação do plano de negócios que temos.

A atual política de preços da Petrobras, com reajustes esporádicos que não acompanham valores internacionais no curto prazo e provocam defasagem, está afetando a companhia num momento em que a empresa vem importando derivados para fazer frente ao crescimento do consumo brasileiro, principalmente por diesel.


— Temos uma política de preços amplamente conhecida que funcionou por muito tempo... entretanto, ultrapassamos agora os limites que nos auto-impusemos e tendo em vista o programa de investimentos achamos por bem a adequação à realidade e a redução da alavancagem.

A Petrobras quer mais aderência dos preços dos combustíveis que vende no País aos valores praticados no mercado internacional, considerando que as importações de combustíveis se tornaram cada vez maiores.


Se for aprovada, a metodologia permitirá reajustes automáticos conforme as periodicidade determinada pela nova fórmula e a variação de preços de petróleo e derivados no mercado internacional. Os reajustes, dessa forma, não vão demandar aprovação de diretoria para serem realizados, disse o diretor da Petrobras.

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O lucro da Petrobras no terceiro trimestre veio bem aquém da previsão de analistas, com queda de 39% em relação ao mesmo período do ano passado, com impacto principalmente da importação elevada de derivados por um preço elevado que não foi repassado ao consumidor brasileiro.

A nova metodologia terá foco nos valores praticados para gasolina e óleo diesel, combustíveis que têm mais peso tanto na receita da Petrobras quanto na inflação.

Já produtos como nafta e querosene de aviação não deverão ser incluídos na nova metodologia, segundo Barbassa, que acrescentou que os dois derivados têm participação de cerca de 50% na receita da Petrobras.

— O que é relevante para a empresa são diesel e gasolina. Os demais têm influência menor na geração de caixa.

A Petrobras costumava reajustar mensalmente os preços de produtos como nafta e querosene de aviação, pois o impacto desses combustíveis na inflação é bem menor que a importância da gasolina e do diesel.

Barbassa confirmou que a Petrobras continuará usando a mesma metodologia para nafta e querosene de aviação, mas não informou se os reajustes continuam ocorrendo mensalmente, como vem ocorrendo nos últimos anos.

O Conselho da Petrobras, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, preocupado com a inflação, pediu novas simulações e mais estudos sobre a metodologia de preços requerida pela diretoria da empresa.

A nova fórmula vai dar previsibilidade de geração de caixa da companhia, como maneira também de reduzir sua alavancagem financeira, segundo Barbassa.

Além da defasagem de preços, a alavancagem da estatal voltou a subir no terceiro trimestre. A relação dívida/patrimônio líquido subiu de 31%, em 31 de dezembro de 2012, para 36% em 30 de setembro, acima dos 35% considerados como teto desejável, disse Barbassa.

Ele evitou comentar se haverá um mecanismo amortecedor para que eventuais altas de preços da Petrobras não sejam integralmente repassados ao consumidor.

A Petrobras anunciou a aprovação da metodologia pela diretoria na sexta-feira, junto com os resultados trimestrais, mas não divulgou detalhes do mecanismo na nota.

Os papéis preferenciais e ordinários da estatal brasileira registravam forte avanço, depois da companhia informar que sua diretoria deliberou sobre uma metodologia de preços de combustíveis.

As ações preferenciais subiam quase 7% às 15h06, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,9%, no mesmo horário.

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