Projeção encolhimento da economia brasileira em 2016 passa de 3,5% para 3,1%, diz CNI
Entidade também espera uma inflação ligeiramente menor, em 7,1%
Economia|Do R7
Com mais confiança dos empresários e os primeiros sinais de recuperação da economia, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) melhorou a maioria das previsões para a atividade em 2016. Agora, a entidade espera uma retração do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,1%, ante previsão anterior de queda de 3,5%. Os dados constam do Informe Conjuntural divulgado pela confederação trimestralmente. A expectativa é que o PIB industrial encolha 3,7% (era de - 5,4% em julho).
Para os investimentos — medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo — a projeção é de queda de 11%, ante - 13,9% anteriormente. O consumo das famílias também deverá cair menos. A previsão é de queda de 4,6%, ante 4,8% no informe anterior.
A confederação espera uma inflação ligeiramente menor, em 7,1% (era 7,3%), mas a desaceleração nos preços está em ritmo menor do que o esperado pela entidade.
A projeção para a taxa básica de juros no fim de 2016 foi mantida em 13,75% ao ano. A entidade aposta em dois cortes consecutivos de 0,25 p.p. nas próximas duas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).
Sinais de reversão
De acordo com a CNI, há sinais de reversão do quadro de profunda recessão, como a melhoria nos indicadores de confiança empresarial.
— Incertezas políticas foram superadas com a assunção de um novo governo em caráter permanente, que alterou radicalmente o rumo da política econômica.
A expectativa dos economistas da entidade é que haja recuperação na demanda e melhoria no nível de produção das empresas nos próximos seis meses.
— Os riscos à intensidade desse ciclo de recuperação estão associados a uma eventual frustração com o processo de ajuste econômico, em especial na questão fiscal, o principal desequilíbrio da economia brasileira.
Com isso, a confederação destaca que a aprovação do projeto que limita o crescimento do gasto público federal (PEC 241) e a reforma da Previdência são "absolutamente indispensáveis" para reverter o quadro de desequilíbrio fiscal, estabilizar a economia e levar o país a um ritmo mais elevado de crescimento.
— O máximo de esforço político deve ser direcionado à aprovação tempestiva e substantiva dessas medidas.
Para o resultado primário do setor público consolidado, a projeção passou de - 2,62% do PIB para - 2,7%. A entidade destaca que o ritmo dos gastos do governo deverá aumentar nos últimos meses do ano, o que reduz a margem para alcance da meta. A projeção para a dívida líquida passou de 73,4% do PIB para 71,6% do PIB.
A previsão de câmbio médio em 2016 foi mantida em R$ 3,48 e em dezembro a projeção da média foi mantida em R$ 3,30. Já a estimativa para o saldo comercial deste ano passou de US$ 42 bilhões para US$ 50 bilhões. A expectativa é que a taxa de desemprego encerre o ano 11,5%, a mesma anterior.