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Venda de imóveis usados sobe no mês em que a Caixa restringe crédito

A alta das vendas afetou o preço do metro quadrado, que aumentou 5,31% em média

Economia|Do R7

Impacto maior do corte de financiamentos deverá começar a ser sentido nos próximos meses, segundo presidente do Creci-SP
Impacto maior do corte de financiamentos deverá começar a ser sentido nos próximos meses, segundo presidente do Creci-SP Impacto maior do corte de financiamentos deverá começar a ser sentido nos próximos meses, segundo presidente do Creci-SP

Os financiamentos que a Caixa Econômica Federal decidiu restringir a partir de abril não impactaram como era esperado o mercado de imóveis usados na cidade de São Paulo. As vendas cresceram 9,53% em relação a março, com 57,14% dos imóveis sendo vendidos com empréstimos concedidos pela CEF (32,14%) e por outros bancos (25%).

A pesquisa feita com 332 imobiliárias da capital pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) também mostrou que 41,67% das vendas de abril foram feitas à vista e 1,19% com financiamento direto dos proprietários dos imóveis. O bom resultado das vendas influiu nos preços, com alta de 5,31% em média no valor do metro quadrado dos imóveis negociados pelas imobiliárias consultadas.

Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, a explicação provável é que muitas das vendas feitas com financiamento da Caixa em abril já estavam contratadas e vinham sendo processadas até que o fechamento ocorresse, com a liberação do crédito, o que se deu neste período. Ele lembra que o impacto maior do corte de financiamentos deverá começar a ser sentido nos próximos meses.

— Relatos de corretores e clientes indicam que a Caixa travou os empréstimos.

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Viana Neto afirma ainda que as novas condições impostas pela Caixa “ergueram um muro entre o sonho de milhares de famílias e a sua realização, com a aquisição da casa própria”. 

Em 15 de abril último, a Caixa anunciou o segundo aumento na taxa de juros dos financiamentos neste ano e a mudança no percentual do valor total do imóvel que pode ser financiado, alegando perdas milionárias no saldo das cadernetas de poupança.

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Pelas novas regras, os financiamentos com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) terão uma redução do limite do valor total financiado de 80% para 50% do valor do imóvel no SFH (Sistema Financeiro de Habitação), e de 70% para 40% para imóveis no SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), pelo SAC (Sistema de Amortização Constante).

O presidente do Creci-SP não descarta a possibilidade de ocorrerem surpresas, alternando-se aumentos e quedas de vendas, mas ressalta que a estabilidade e o crescimento do mercado ficaram agora dependentes dos bancos privados.

— É papel deles, ainda mais do que antes, ocupar o espaço deixado pela Caixa Econômica Federal, nesta que é uma grande oportunidade de fidelizarem e ampliarem a carteira de clientes com a ampliação do crédito mais importante na vida das pessoas.

Apartamentos dominam vendas

As 332 imobiliárias consultadas pelo Creci-SP venderam em abril mais apartamentos (61,9% do total) do que casas (38,1% do total). A pesquisa apurou que os donos dos imóveis concederam descontos médios sobre os preços originalmente pedidos entre 9% e 4,3%.

Os imóveis mais vendidos, com 53,57% das vendas, foram os de preço final até R$ 500 mil. Na divisão por faixa, predominaram as com preço médio de metro quadrado de até R$ 5.000, com 54,84% do total de casas e apartamentos negociados pelas imobiliárias.

Altos e baixos

O imóvel usado que ficou mais caro em abril na capital foi o apartamento de padrão médio com mais de 15 anos de construção e situado em bairros como Carandiru, Penha e Socorro. O preço médio do metro quadrado subiu 38,45%, passando de R$ 3.986,11 em março para R$ 5.518,75 em abril.

A maior baixa do preço médio foi para casas de padrão médio com mais de 15 anos de construção, situadas também em bairros como anteriores. O metro quadrado passou de R$ 3.982,61 para R$ 3.304,90 no período, uma redução de 17,02%.

Locação de imóveis cai 7,64% em abril em SP

As imobiliárias consultadas pelo Creci-SP alugaram 7,64% menos imóveis em abril que em março. O índice de locação baixou de 2,7720 para 2,5602. Foram alugados mais casas (55,06% do total) do que apartamentos (44,94% do total). Os valores dos aluguéis em abril caíram 4,53% em média em relação a março.

O imóvel mais alugado em abril, com 55,88% dos contratos, foi o de aluguel mensal de até R$ 1.200. Os descontos concedidos pelos proprietários sobre os valores originais dos aluguéis ficaram entre 12,89% e 5,57%.

A pesquisa mostrou que o aluguel que mais aumentou na capital em abril foi o de apartamentos de três dormitórios situados em bairros como Brasilândia, Campo Limpo, Cangaíba. O aumento foi de 42,86%, com o valor médio passando de R$ 1.400 em março para R$ 2.000 em abril.

O aluguel que mais baixou em abril foi o de apartamentos de dois dormitórios, situados em bairros nobres como Alto da Boa Vista, Alto de Pinheiros, Brooklin Velho. O aluguel médio desse tipo de apartamento baixou 32,68%, de R$ 2.126,67 em março para R$ 1.431,75 em abril.

A maioria das locações feitas na capital (44,35%) utilizou o fiador tradicional como garantidor do pagamento em caso de inadimplência. As outras modalidades adotadas foram o seguro de fiança (24,12%), o depósito de valor equivalente a três meses de aluguel (25,76%), a locação sem garantia (0,59%), a caução de imóveis (5,06%) e a cessão fiduciária (0,12%).

Inadimplência aumenta

As imobiliárias consultadas registraram alta de 5,88% na inadimplência dos inquilinos com contrato em vigor. Ela passou de 4,42% em março para 4,68% em abril.

Já o número de imóveis devolvidos por inquilinos que desistiram da locação caiu 0,92% em abril na comparação com março. Os apartamentos e casas devolvidos equivaleram a 86,59% do total de novas locações, percentual que havia ficado em 87,39% em abril.

O número de ações judiciais propostas nos fóruns da capital caiu 15,13% de março para abril, de 3.013 para 2.557. A queda foi de 12,93% nas ações por falta de pagamento; de 41,61% nas renovatórias; de 14,44% nas de rito sumário; de 50% nas consignatórias; e 15,49% nas ordinárias.

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