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Análise: USP precisa praticar e não apenas ensinar conceitos de gestão para sair da crise

Para salvar a instituição deve ser feita uma mudança radical em todo sistema de gestão

Educação|Do R7

A USP (Universidade de São Paulo) vive uma crise generalizada. Em 2014 a instituição declarou que gasta 105% de seu orçamento apenas para arcar com a folha salarial e que deve fechar o ano com um débito de R$ 1 bilhão. Mesmo assim, desde maio os funcionários estão em greve pedindo reajuste salarial.

Durante sete meses o campus da universidade na zona leste ficou fechado por ordem judicial após uma investigação da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) identificar focos de contaminação ambiental.

No âmbito acadêmico, a USP perdeu o posto de “melhor” instituição da América do Sul para a Pontifícia Católica do Chile no conceituado ranking que elenca as melhores universidades do mundo feito pelo QS (Quacquarelli Symonds), que foi divulgado em maio.

São tantos problemas se acumulando no horizonte que o futuro da instituição tem sido tema de muitos debates. Mas, apesar de tudo isso, a USP ainda é considerada a melhor universidade Brasil.

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Para Carlos Monteiro, consultor que atua na reestruturação de instituições de ensino privadas, a USP deve, antes de tudo, parar de apenas ensinar como gestão e passar a pratica-la.

— Os dirigentes tem que aprender a planejar. Não basta dar aula de planejamento e gestão, é preciso praticar esses conceitos no dia a dia da administração.

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O especialista comenta que o programa de demissão voluntária aprovado no Conselho da USP, a desvinculação dos hospitais universitários assim como os pedidos de reajuste da porcentagem do ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) repassados para ela e para as duas outras universidades paulistas são medidas paliativas que não vão resolver o problema.

— Estas ações são insuficientes e só devem apagar o incêndio. Com o passar do tempo a folha salarial e os gastos voltarão a crescer. Os reajustes salariais continuarão sendo exigidos anualmente.

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Monteiro analisa que o que deve ser feito é uma mudança radical em todo sistema de gestão, que englobaria desde o aumento do tempo que os professores com dedicação exclusiva dedicam nas salas de aulas até o investimento pesado em registro de patentes para trazer novas receitas.

Outra sugestão é desenvolver um modelo de atuação parecido com o das universidades dos EUA que consistiria, segundo o especialista, no aumento do relacionamento da USP com empresas privadas e na prestação de serviços em áreas que a instituição tem serviços e pesquisas de excelência. Veja entrevista do consultor ao jornal Record News.

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