CPI da merenda é aprovada na Assembleia de SP
Comissão será instalada na semana que vem, mas trabalhos só devem começar em 15 dias
Educação|Do R7
A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aprovou, na noite desta quarta-feira (25), a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a "Máfia da Merenda" no Estado. Os líderes partidários devem indicar na próxima semana os nomes dos nove integrantes do colegiado que vai apurar contratos e convênios de empresas e cooperativas com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e 22 prefeituras paulistas envolvendo o fornecimento de alimentação escolar.
A aprovação da CPI da Merenda ocorreu em rápida sessão extraordinária 19 dias após cerca de 70 estudantes deixarem o plenário da Alesp, ocupado por três dias, com a promessa do presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), de que a comissão seria criada. À época, um pedido de investigação feito pelo PT não havia obtido o número mínimo de assinaturas para protocolo. Depois da ocupação do plenário, PSDB e DEM, partidos da base de Alckmin, apresentaram uma nova proposta de CPI, assinada por 91 deputados.
A expectativa era de que a CPI fosse aprovada na terça-feira, mas uma emenda do deputado Vaz de Lima (PSDB) para incluir o termo agentes políticos e empresas no objeto de possíveis investigados acabou atrasando a votação em um dia. A aprovação foi simbólica. A tendência é de que a CPI seja instalada na semana que vem, mas só comece a trabalhar efetivamente em 15 dias. O número de cadeiras de cada partido na comissão é proporcional ao tamanho da bancada na Alesp. Deve haver uma disputa entre PT e PSDB para os cargos de presidente e relator da comissão, que deve durar 120 dias.
Capez é um dos investigados pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do MPE (Ministério Público Estadual) de envolvimento no esquema de superfaturamento e pagamento de propina em convênios da Secretaria Estadual da Educação com a Coaf (Cooperativa Agrícola Familiar) para o fornecimento de suco de laranja para merenda no Estado e municípios paulistas. Outros dois deputados — Fernando Cury (PPS) e Luiz Carlos Gordim (SD) — foram citados por investigados e delatores. Todos negam envolvimento no esquema.
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