Apesar da tensão, embaixadas permanecem abertas em Pyongyang
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Internacional|Do R7, com agências internacionais
As embaixadas estrangeiras permanecem em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, e não há indícios de que seus funcionários deixarão o país, um dia depois de o regime norte-coreano de Kim Jong-un ter recomendado sua evacuação por não poder garantir sua segurança em caso de guerra, informaram fontes de Seul neste sábado (6).
Funcionários do Governo sul-coreano indicaram em declarações recolhidas pela agência local Yonhap que, segundo suas referências, "nenhuma missão estrangeira está se preparando para sair" da capital norte-coreana.
Entre os países que têm embaixada em Pyongyang estão Brasil, Rússia, Alemanha, Reino Unido, China, Irã, Cuba, Suécia, Polônia, República Tcheca, Bulgária, Romênia, Índia, Paquistão e Síria.
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As fontes governamentais consultadas consideram que "a maioria dos governos estrangeiros vê a mensagem da Coreia do Norte como uma estratégia para elevar a tensão na península coreana".
Além disso, estão tentando analisar os detalhes da mensagem da Coreia do Norte e as intenções do regime de Kim Jong-un, e especificaram que Seul tem a intenção de lidar com a situação de uma maneira calma.
A Coreia do Norte, que deslocou um segundo míssil de médio alcance para a costa leste — alimentando os temores de um disparo iminente —, advertiu que, a partir de 10 de abril, não poderá garantir a segurança das embaixadas no caso de conflito. No entanto, nenhum país parece ter planos de retirada imediata.
O ministério das Relações Exteriores da Alemanha informou que "no momento" sua embaixada pode seguir trabalhando na Coreia do Norte, mas destacou que a segurança está em permanente avaliação.
"No que diz respeito à segurança da embaixada, há consultas permanentes, especialmente com os outros aliados estrangeiros, que também têm embaixadas na Coreia do Norte", afirma um comunicado alemão, que tenta minimizar o alcance da reunião anunciada para este sábado em Pyongyang.
Os chefes das missões diplomáticas da União Europeia presentes em Pyongyang se reunirão neste sábado "para buscar uma posição comum e uma ação comum" sobre os funcionários, afirmou à AFP o ministério búlgaro das Relações Exteriores.
"O discurso do governo norte-coreano é que a partir de 10 de abril não poderá garantir a segurança das embaixadas, nem das organizações internacionais no país em caso de conflito", disse à AFP uma fonte do Foreign Office britânico.
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O porta-voz da Casa Branca afirmou na sexta-feira que as ameaças não são novas e que não descarta o lançamento de um míssil pela Coreia do Norte.
"Não ficaríamos surpresos se atuassem desta maneira", declarou Jay Carney.
A Coreia do Norte transportou durante a semana dois mísseis Musudan de médio alcance para a costa leste do país, onde foram instalados em veículos equipados com um dispositivo de disparo.
Há várias semanas, a Coreia do Norte faz ameaças de guerra nuclear como resposta às sanções da ONU por um novo teste nuclear do país no início de fevereiro e pelas manobras conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na península.
Do lado de lá
Ao mesmo tempo, o acesso ao industrial intercoreano de Kaesong permanece fechado. A Coreia do Norte impede desde quarta-feira a entrada no complexo das centenas de sul-coreanos que trabalham no local.
Vários caminhões sul-coreanos que transportavam material para o complexo foram obrigados a retornar na fronteira, que fica a 10 km do polo.
Entre os poucos turistas que se aventuram a entrar no hermético país, um grupo de viajantes que retornou a Pequim após cinco dias na Coreia do Norte descreve a situação como "normal".
"Não sentimos medo quando estivemos lá", declarou a dinamarquesa Tina Krabbe.
— Não parecia um clima tenso na cidade de Pyongyang.
As visitas à Coreia do Norte continuam autorizadas, afirmou à AFP Nicholas Bonner, fundador de uma agência que organiza viagens ao país há 20 anos.
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