Apesar das ameaças feitas nesta terça-feira (2) pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, a Procuradoria de Bolonha, na Itália, informou que o processo contra o filho do mandatário turco, Bilal, seguirá normalmente.
"Como Procuradoria, nós não temos nada a dizer. Atuamos com serenidade e empenho e vamos adiante com nossas atividades", disse o procurador-adjunto, Massimiliano Serpi.
Ao ser questionado sobre a postura do governo italiano no caso, Serpi afirmou que as posições "são coerentes" com o que se espera das instituições nacionais.
A fala do procurador ocorre um dia após Erdogan acusar, em uma entrevista ao canal RAI News 24, a Justiça e o governo italiano. Seu filho, Bilal Erdogan, é acusado de lavagem de dinheiro enquanto estudava em Bolonha e o presidente disse que essa situação "coloca em dificuldade as nossas relações com a Itália, que deveria se preocupar com a máfia".
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Rapidamente, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, defendeu a Justiça de seu país e disse que a magistratura local é "autônoma" e "independente", agindo "de acordo com a lei".
Entenda o caso
Bilal foi à Bolonha no fim do verão passado para completar um doutorado iniciado em 2007. No entanto, em março deste ano, deixou o país alegando "motivos de segurança".
Neste mesmo período, um adversário de Erdogan exilado na França, Murat Hakan Huzan, apresentou uma denúncia contra seu filho por lavagem de dinheiro. O caso está sendo analisado pelos procuradores de Bolonha desde então.