Capriles condena destruição de acampamentos e atraso de julgamento de López na Venezuela
243 pessoas foram detidas na destruição do acampamento de manifestantes
Internacional|Do R7
O líder opositor venezuelano Henrique Capriles condenou o desmantelamento de acampamentos de protestos em Caracas nesta madrugada, e rotulou de vergonhosa a falta de atividade do tribunal que devia informar nesta quinta-feira (8) se seria aberto julgamento oral contra o dirigente político Leopoldo López.
"Protestar pacificamente é um direito, está na Constituição e os direitos não se negociam (...) o que lhe assiste a razão, o faz a plena luz diante de todo o mundo", disse Capriles durante um ato de governo em alusão ao desmantelamento de madrugada de quatro acampamentos de protestos em Caracas.
O ministro do Interior venezuelano, Miguel Rodríguez, informou que durante a operação 243 pessoas foram detidas.
Para Capriles, não é certo prender estudantes que têm milhares de razões para protestar: "Temos que condená-lo". "Vai mal um país quando se impõem a força. Aqui tem que se impor as ideias, o pensamento, o debate, a razão", disse.
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Mais cedo, Capriles rotulou de vergonhosa a falta de atividade do tribunal de Caracas que devia opinar nesta quinta se abria o julgamento oral contra o dirigente político Leopoldo López.
A audiência preliminar de López, preso desde 18 de fevereiro acusado de incidentes violentos após uma manifestação em Caracas, foi suspensa, conforme indicou a defesa do político, pois o tribunal não tinha escritório, em referência à falta de atividade do julgado.
"A escassez chegou a alguns Tribunais, NÃO HÁ justiça! Vergonha! Em cima há um Deus que aplica a justiça poderosa: a divina!", disse Capriles em seu Twitter.
López é acusado de delitos de autoria intelectual de incêndio intencional, instigação pública, danos e formação de quadrilha pelos fatos violentos de 12 de fevereiro, quando uma manifestação pacífica que López convocou se juntou com outra de estudantes na sede principal do Ministério Público.
Na sua versão, um grupo de encapuzados se desprendeu do grupo geral arremetendo contra o edifício do Ministério Público e incendiando vários veículos da polícia científica, em incidentes que deixaram três mortos e dezenas de feridos e detidos.
López, os estudantes e outros dirigentes opositores que convocaram a manifestação se desvincularam desses fatos violentos, que posteriormente deram passagem a uma onda de protestos antigovernamentais que geraram incidentes violentos com um saldo de 41 mortos.