Governo sírio acusa rebeldes de terem atirado contra inspetores da ONU
Comboio foi atacado quando se dirigia ao local de suposto ataque químico
Internacional|Do R7
O regime sírio acusou nesta segunda-feira (26) os rebeldes de terem atirado contra os inspetores da ONU que se encontram em Damasco para verificar o suposto uso de armas químicas por parte das tropas de Bashar al Assad.
"O integrantes da equipe das Nações Unidas foram alvo de tiros de grupos armados na região de Moadamiyat al Sham", sudoeste de Damasco, indicou a televisão estatal.
A ONU afirmou hoje que seus inspetores foram alvos de franco-atiradores e suspenderam suas atividades. "O primeiro veículo da equipe de investigação sobre armas químicas foi atacado deliberadamente várias vezes por franco-atiradores não identificados", afirmou o porta-voz Martin Nesirky em um comunicado, que não cita feridos.
Os especialistas da ONU receberam ontem (25) a autorização do regime de Damasco para seguir para a região de Ghuta oriental, local do suposto ataque com armas químicas da semana passada.
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A missão, composta por uma dezena de inspetores e dirigida pelo sueco Aake Sellstrom, desembarcou em Damasco em 18 de agosto para investigar denúncias de outros supostos ataques. Mas três dias depois da chegada, o Exército sírio executou um ataque ao oeste de Damasco, durante o qual a oposição acusa o regime de ter utilizado armas químicas, e matou mais de 1.000 pessoas, também segundo os opositores a Assad. O governo sírio nega o ataque.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou sobre "3.600 pacientes com sintomas neurotóxicos" que chegaram na quarta-feira (21) a três hospitais da Província de Damasco, dos quais 355 faleceram, apesar da ONG não ter conseguido "confirmar cientificamente a causa dos sintomas nem estabelecer a responsabilidade do ataque".
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) contabilizou mais de 300 mortos por gás tóxico, incluindo dezenas de rebeldes.