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México confirma massacre de estudantes por polícia e gangue

Jovens teriam sido entregues pela à gangue pela própria polícia, em 26 de setembro

Internacional|Do R7

Os 43 estudantes teriam sido entregues à gangue pela própria polícia, depois de serem presos em 26 de setembro
Os 43 estudantes teriam sido entregues à gangue pela própria polícia, depois de serem presos em 26 de setembro Os 43 estudantes teriam sido entregues à gangue pela própria polícia, depois de serem presos em 26 de setembro

O procurador-geral do México, Jesus Murillo, anunciou na madrugada deste sábado (8) que os 43 estudantes desaparecidos desde setembro foram mortos por uma gangue de traficantes. A informação foi obtida no depoimento três supostos integrantes da Guerreiros Unidos detidos pela polícia na cidade de Iguala, no sul do país.

Em entrevista coletiva em Cidade do México, a capital do país, Murillo disse ainda que os bandidos admitiram a participação de policiais aliciados pelo tráfico na operação. Os estudantes teriam sido entregues à gangue pela própria polícia, depois de serem presos em 26 de setembro durante um protesto em Iguala, no Estado de Guerrero.

Murillo forneceu detalhes estarrecedores sobre o caso. Pelo menos 15 estudantes já teriam sido mortos pela polícia enquanto outros foram mortos a tiros pelos traficantes antes de os corpos serem queimados. O procurador-geral também exibiu os vídeos com a confissão dos integrantes da gangue.

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Murillo afirmou ainda que a identificação dos corpos será um processo longo, já que os traficantes queimaram os corpos por mais de 12 horas antes de atirar seus restos mortais num rio em sacos plásticos. Os estudantes continuarão considerados oficialmente desparecidos até a conclusão dos exames de DNA. Os danos foram tão grandes que será preciso enviar amostras para experts na Áustria.

Nas últimas semanas, diversas covas clandestinas foram encontradas em Iguala, mas até o anúncio deste sábado não havia uma relação direta com o caso dos estudantes.

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Provenientes da Escola Normal Rural Raul Isidro Burgos, em Ayotzinapa, no Estado de Guerrero — conhecida entre militantes de esquerda como uma espécie de "celeiro de guerrilheiros" por conta de sua orientação socialista —, o grupo tinha ido às ruas de Iguala pedir verbas e transporte para participar de manifestações na Cidade do México para marcar o aniversário do Massacre de Tlatelolco, em 1968, quando entre 200 e 300 estudantes foram mortos pela polícia durante um protesto.

Depois de enfrentamentos com as forças se seguranças, foram vistos pela última vez sendo colocados em veículos policiais.

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Desde então, o caso ganhou repercussão internacional, com governos e entidades pedindo uma investigação rigorosa ao presidente mexicano, Enrique Peña Neto. O presidente despachou a Polícia Federal para assumir a segurança de Iguala. Houve vários protestos no México, incluindo novos violentos enfrentamentos em Iguala.

O caso provocou a renúncia do governador Angel Aguirra, no último dia 23. Mas a situação mais complicada é a do prefeito licenciado de Iguala, José Luís Albarca.

Policiais de Iguala afirmaram que o prefeito deu ordens para a violenta repressão ao protesto dos estudantes para que eles não interrompessem um comício que sua esposa, Maria Piñeda, faria na cidade no mesmo dia.

Piñeda, segundo informações da mídia mexicana, preparava-se para lançar candidatura à prefeitura nas eleições do ano que vem.

Albarca pedira licença do cargo em 30 de setembro e fugiu com a mulher em 22 de outubro quando um mandado de prisão foi expedido contra ambos. O casal estava foragido até a última terça-feira, quando foi preso em Cidade do México.

No total, mais de 70 pessoas, a maior parte deles policiais, foram presas em conexão com o desparecimento.

Falando na sexta-feira, o presidente mexicano novamente prometeu "levar todos os responsáveis à Justiça".

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