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Novo ataque do Boko Haram contra igrejas nigerianas deixa 54 mortos

Violência ocorreu na mesma região que radicais sequestraram mais de 200 garotas

Internacional|Do R7, com AFP

Torcedores nigerianos levaram para um dos jogos da Copa uma faixa dizendo: "O mundo unido contra o Boko Haram"
Torcedores nigerianos levaram para um dos jogos da Copa uma faixa dizendo: "O mundo unido contra o Boko Haram"

Uma série de ataques realizados no último domingo (29) contra várias igrejas no nordeste da Nigéria, atribuídos ao grupo islamita Boko Haram, deixaram pelo menos 54 mortos.

As quatro aldeias atacadas no domingo estão localizadas a 10 km de Chibok, onde o Boko Haram sequestrou 276 estudantes em 14 de abril, das quais 219 ainda estão desaparecidas.

"Até o momento há 54 mortos", declarou um funcionário do governo do estado de Borno, que pediu o anonimato.

Mike Omeri, porta-voz do governo federal, declarou à AFP que não recebeu um balanço oficial das autoridades locais.


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O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou que os ataques provam que o grupo islamita usa a religião como cobertura para seus "crimes desprezíveis contra seus compatriotas".

Omeri também respondeu às críticas dos moradores locais que acusam os militares de ignorar os pedidos de ajuda após o ataque.


O porta-voz declarou ter recebido "informações confiáveis " indicando a presença de soldados, que "possivelmente chegaram um pouco tarde, mas chegaram".

Os criminosos, que circulavam de moto, lançaram bombas nas igrejas de Kwada, Ngurojina, Karagau e Kautikari durante a missa de domingo, segundo testemunhas.

No entanto, um chefe local de Chibok, que também pediu anonimato, negou a versão do governo, garantindo que os militares "nem tentaram" ir para o local dos ataques.

"Aqueles que dizem que o Exército veio para nos ajudar, eles mentem", disse ele à AFP.

O estado de Borno é o berço da insurgência islâmica que deixou milhares de mortos em cinco anos e, pelo menos, 2.500 em 2014.

Futebol, perversão ocidental

A insurreição do Boko Haram, cujo nome significa "A educação é pecado" na língua Hausa, também costuma atacar recintos esportivos e centros de retransmissão das partidas da Copa do Mundo no Brasil.

As autoridades dos estados de Adamawa (nordeste) e Plateau (centro) proibiram, nesse sentido, a exibição dos jogos em telões, embora esses centros e bares sejam, por vezes, a única opção para assistir os jogos contra os cortes eletricidade diários.

Na Nigéria, os torcedores temem novos atos de violência.

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"Estamos muito preocupados em Lagos (...), quando vemos e ouvimos o que está acontecendo em outros estados do país", declarou Femi Adeeko, de 66 anos, proprietário de um hotel em Lagos, localizada 2.000 km ao sul do epicentro da violência.

A seleção da Nigéria chegou pela primeira vez na sua história as oitavas de final de uma Copa do Mundo desde 1998.

No domingo, o meia da Nigéria John Obi Mikel declarou que os ataques do grupo radical islâmico não vão "afetar" a seleção nacional. "É uma tragédia, mas estamos aqui para fazer nosso trabalho. Temos uma partida para jogar. É preciso continuar vivendo", afirmou o jogador do Chelsea.

O líder do grupo islâmico, Abubakar Shekau, descreveu em várias ocasiões o futebol como uma perversão ocidental que procura alienar os muçulmanos da religião.

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