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Putin ataca Ocidente e reconhece que sanções prejudicam Rússia

O líder criticou EUA e UE por apoiar o exército da Ucrânia em sua repressão da população 

Internacional|Do R7

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, atacou nesta quinta-feira (4) as tentativas do Ocidente de prejudicar seu país, reconheceu que as sanções econômicas foram ruins para e economia e antecipou planos de reforçar os laços com a América Latina.

"Falar com a Rússia de uma posição de força é inútil. A política de contenção não foi inventada ontem, aplica-se contra nosso país há muitos anos, sempre, pode-se dizer que décadas, senão séculos", disse Putin durante o discurso sobre o estado da nação perante ambas as câmaras do parlamento.

Putin reconheceu que as sanções internacionais são "prejudiciais" para a Rússia, mas também para quem as promove.

O presidente se mostrou convencido de que inclusive sem a anexação da Crimeia e a crise na Ucrânia o Ocidente "teria encontrado outro pretexto" para aplicá-las. O líder russo dedicou a primeira parte de seu discurso para defender a posição russa no conflito no leste da Ucrânia, que causou o atual isolamento russo e as sanções ocidentais.


Em clara referência aos Estados Unidos e à UE (União Europeia), tachou de "claro cinismo" o apoio ocidental à queda do presidente ucraniano Viktor Yanukovich em fevereiro, o que qualificou de "golpe de Estado", e à violência contra os civis no leste da Ucrânia.

O chefe do Kremlin criticou o Ocidente por apoiar o exército da Ucrânia em sua repressão da população russófona do país, e lembrou a tragédia ocorrido em Odessa (Mar Negro) em maio, "quando as pessoas foram queimadas vivas". "Agora tentam nos convencer por todos os meios que esta é a política mais ponderada e acertada, e que nós devemos nos subordinar de maneira cega e sem pensar. Isto não ocorrerá", garantiu.


Putin ressaltou que Moscou respeita a soberania ucraniana, mas criticou a falta de diálogo sobre o Acordo de Associação entre Ucrânia e a UE, que detonou os protestos antigovernamentais em Kiev.

"Não vejo nossos colegas ocidentais ardendo de desejos de fazer isso (ajudar a Ucrânia) nem as autoridades atuais de Kiev querendo resolver os problemas de seus cidadãos", argumentou.


Putin afirmou que o exército russo "é moderno e, como se diz habitualmente, educado mas temível", e acrescentou que "ninguém poderá obter superioridade militar sobre a Rússia".

Apesar disso, Putin disse que não tem a intenção de realizar uma corrida armamentista a longo prazo, mas ao mesmo tempo garantirá a capacidade militar do país sob nas novas condições. Além disso, criticou os Estados Unidos por seguirem adiante com seus planos de desdobrar elementos estratégicos de seu escudo antimísseis na Europa.

No entanto, o presidente russo deixou claro que "sob nenhuma circunstância" as relações com a Europa e os EUA serão suspensas.

"Ao mesmo tempo, restauraremos e ampliaremos os laços tradicionais com o sul do continente americano, continuaremos nossa cooperação com a África e os países do Oriente Médio", prometeu. 

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