Nos últimos quatro dias, um adolescente de 17 anos foi detido três vezes pela polícia. A "visita" à delegacia durou pouco: liberado, ele voltava a trabalhar para traficantes em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, e acabava flagrado novamente no fim do dia. Com 15 detenções no currículo por tráfico, porte de arma, furto e roubo o jovem diz que, da vida, só espera a morte.
— Só espero a morte. Na próxima encarnação eu nasço mais cabuloso. Tenho um bocado de passagens, mas não vai dar nada. Essa é a terceira [essa semana], mas dessa vez eu não estava fazendo nada.
A mãe do jovem disse à PM que procura tratamento para livrá-lo do vício, mas não consegue vaga. Enquanto isso, o rapaz diz que usa drogas desde a infância e ganha R$ 250 por dia como gerente de um ponto de venda de drogas.
— Eu 'tava' na boca porque sou viciado, uso há uns oito anos.
O sargento Valdir Silva, responsável pelas três detenções, reclama da situação.
— A Justiça não toma uma providência, infelizmente ele mesmo está declarando que amanhã já está no tráfico novamente.