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MG retira ivermectina de protocolo para tratamento da covid-19

Documento da Fhemig ainda inclui alerta sobre medicamento, classificado como "ineficiente" para tratamento da doença

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7, com Enzo Menezes, da RecordTV Minas

Medicamento foi excluído do protocolo em MG
Medicamento foi excluído do protocolo em MG

A Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) retirou o medicamento Ivermectina do seu protocolo para enfrentamento à covid-19. A decisão consta em um protocolo divulgado em março deste ano e ainda inclui um alerta sobre a utilização do remédio, cuja eficácia contra a doença não é comprovada. 

No protocolo, a Fhemig fez uma revisão dos estudos para mostrar que o medicamento não deve ser usado contra a pandemia e que sua utilização tem um "alto grau de incerteza". A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também não recomenda o seu uso

Os estudos que mostravam efeito da ivermectina em células de laboratório não se confirmaram para uso em humanos, pois seria necessária uma dose 25x acima do aceitável.

Veja:Itajubá (MG) distribui ivermectina para tratamento contra covid


"Recomendamos CONTRA sua utilização por alto grau de incerteza. Devido ao alto grau de incerteza por evidências de muito baixa qualidade, ao racional fisiopatológico inadequado, resultados clínicos conflitantes, doses utilizadas não padronizadas e outros fatores confundidores, recomendamos CONTRA sua utilização na COVID-19 até maior esclarecimentos por publicações de melhor qualidade", diz trecho do documento.

Ainda de acordo com o protocolo atualizado da Fhemig, os estudos apontados revelam que, além de não indicar benefícios no tratamento de pacientes com a covid-19, o uso da ivermectina ainda oferece "efeitos adversos graves poucos frequentes, e leves em até 11%" dos pacientes. 


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Procurada, a Fhemig afirmou que o protocolo clínico foi montado por especialistas (infectologistas, pneumologistas e outros da equipe multidisciplinar) com base na "literatura internacional, na experiência de diversos órgãos e entidades hospitalares" e vem sendo atualizado nos últimos meses. A oitava versão é de 23 de março. 

Ainda de acordo com a Fhemig, o protocolo descreve os medicamentos recomendados para uso nas unidades hospitalares da Rede Fhemig, ou seja, nos hospitais da rede estadual, gerenciados pelo Governo de Minas, "conforme a evolução do quadro clínico do paciente".

"Há ainda uma relação de medicações em estudo, sem comprovação científica comprovada até a sua atualização, esclarecendo que ainda não há medicação específica para o tratamento da SARS-CoV-2 - como pode ser conferido no documento. Também são citados os medicamentos de uso controverso e, então o tratamento proposto: antibióticos, Oseltamivir, corticoides e heparina (todos utilizados segundo critério médico)", afirma a Fundação.

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