Integrantes do Bloco da Bicicletinha acusam a PM (Polícia Militar) de truculência durante ação na noite de quinta-feira (4) nas imediações da Praça Raul Soares, no centro de Belo Horizonte. Eles afirmam que os militares agiram com violência e utilizaram bombas de gás lacrimogênio para dispersar os foliões. Na confusão, um ciclista agredido e preso. Segundo o dentista Carlos Edward Campos, de 50 anos, que participava do desfile, uma guarnição tentou atravessar a multidão com a viatura. No caminho, eles acabaram atingindo um dos ciclistas e passaram por cima da bicicleta dele. Revoltado, o homem discutiu com os policiais, que teriam descido do veículo e partido para cima dele. — Eles passaram por cima da bicicleta e ele acabou sendo preso, porque ficou bravo. Até então estava tudo tranquilo, a gente estava já há quase três horas no desfile. Eles agrediram o ciclista e as outras pessoas reagiram, começaram a discutir. Foi então que eles jogaram bombas de gás contra o público. Campos frequenta o grupo há três anos e, segundo ele, esta foi a primeira vez que o desfile teve uma confusão deste tipo. Depois do envolvimento da PM, a multidão se dispersou e a festa foi encerrada. Imagens publicadas nas redes sociais mostram parte da abordagem policial. Em um vídeo, os militares aparecem derrubando a bicicleta de um dos participantes e prendendo o ciclista, gerando revolta entre os outros presentes. Leia mais notícias de Minas Gerais no Portal R7Experimente grátis: todos os programas da Record na íntegra no R7 PlayBarulho e tumulto Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que a corporação foi acionada por volta de 1h por populares que reclamavam de uma movimentação de um evento de ciclistas que fechava o trânsito na região central. Segundo a PM, "o evento não foi comunicado a nenhum órgão oficial, tampouco ao Batalhão de Trânsito. Porém, a Polícia Militar, de imediato, buscou organizar o trajeto de tal sorte que não houvesse maiores prejuízos a outros segmentos da comunidade que já estavam reclamando pelo barulho e baderna, sobretudo no direito constitucional de ir e vir, pois, muitas pessoas estavam tentando retornar as suas casas após o turno de serviço". O comunicado ressaltou ainda que o coordenador do Policiamento de Trânsito tentou "verbalizar com os ciclistas para que o grupo liberasse uma das vias sendo, inclusive, ofendido por participantes do referido bloco que não se preocupavam com o estado democrático de direito, atrapalhando outros membros da sociedade que tinham seu direito de locomoção ferido, chancelado em boletim de ocorrência". Diante dos fatos, a PM enviou uma viatura da Rotam (Rondas Táticas Metropolitanas) ao local. A corporação garante que os policiais foram agredidos pelos foliões, que teriam jogados bicicletas contra a guarnição. Por isso, "os militares do Batalhão Rotam revidaram as injustas agressões sofridas e utilizaram de instrumentos de menor potencial ofensivo para restabelecer a ordem pública. A ação policial foi necessária, oportuna legal e proporcional dentro dos limites da lei (legítima defesa própria e da sociedade)". Um indivíduo foi preso durante a ação da Polícia Militar. Bloco da Bicicletinha O Bloco da Bicicletinha surgiu de um grupo de pessoas que realiza passeios mensais de bicicleta na capital mineira. A concentração começou às 21h nas esquinas da rua Sergipe e Bahia, na região centro-sul da cidade. O objetivo é misturar a cultura das bikes à diversão do Carnaval de rua.