Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

PEC tenta 'furar bolha' e reverter rejeição entre os mais pobres

Emenda que permite transferências diretas de até R$ 41 bilhões em quatro meses alcança eleitores com renda de até dois salários mínimos – 52% da população

Christina Lemos|Do R7

PEC dos Benefícios: aprovação tenta reverter rejeição a Bolsonaro entre os mais pobres
PEC dos Benefícios: aprovação tenta reverter rejeição a Bolsonaro entre os mais pobres PEC dos Benefícios: aprovação tenta reverter rejeição a Bolsonaro entre os mais pobres

A mudança na Constituição que o Congresso Nacional pode promulgar ainda nesta semana permitirá ao presidente Bolsonaro (PL) avançar para além de sua faixa de aceitação entre os eleitores e conquistar a boa vontade de uma ampla gama de cidadãos que constituem o eleitorado cativo do ex-presidente Lula há mais de 20 anos. Não existe garantia de transferência de votos de um para outro candidato, mas o aporte financeiro promovido a essa faixa de população, com renda inferior a dois salários mínimos – grupo que reúne 52% dos brasileiros – pode colaborar para reduzir a distância entre Bolsonaro e Lula.

A faixa de renda alcançada pela medida de transferência direta de renda – R$ 41 bilhões em quatro meses – é sabidamente o grupo do eleitorado cativo do ex-presidente, desde a criação do então Bolsa Família. O petista chega a ter 60% das intenções de voto nesse grupo, enquanto Bolsonaro alcança índice parecido, mas de rejeição: 59% desses eleitores declaram que não votariam no atual presidente de jeito algum.

O desafio da emenda constitucional é “furar a bolha” – isto é, colaborar para reverter em alguma medida esse cenário, desfavorável a Bolsonaro.

Aliada a outros fatores, como o esperado freio na inflação, graças à estabilização do preço dos combustíveis, dos alimentos e até da energia elétrica, a chegada do recurso adicional à conta dos brasileiros mais pobres pode ajudar a minorar o mal-estar social provocado pelo aperto no bolso – ônus que cai na conta do titular do Planalto.

Após a promulgação da medida, que até o momento tem aprovação certa, inclusive com votos da oposição, o segundo desafio será fazer chegar os recursos às mãos dos beneficiários a tempo de colher os frutos políticos de sua aplicação. O tempo corre contra os gestores da Caixa Econômica e os estrategistas de comunicação, que precisarão vincular a iniciativa ao seu promotor, o chefe do Executivo, para evitar a frustração de seu resultado, faltando menos de três meses para o primeiro turno.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.