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João Pedro: defensores vão pedir adiamento de reprodução simulada

Segundo a Defensoria do Rio de Janeiro, faltam elementos técnicos e depoimentos para que as versões sejam confrontadas na reconstituição

Rio de Janeiro|Do R7

Adolescente morreu baleado em ação policial
Adolescente morreu baleado em ação policial Adolescente morreu baleado em ação policial

A Defensoria Pública deve solicitar ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) o adiamento da reprodução simulada da morte de João Pedro, de 14 anos, baleado durante uma operação das polícias Civil e Federal no complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. A ação está marcada para a próxima terça-feira (9).

Segundo os defensores, ainda faltam elementos técnicos para que a equipe da DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo) consiga realizar a simulação do crime. De acordo com a defensora Lívia Cásseres, os laudos de confronto balístico ainda não foram concluídos e os agentes da Polícia Civil ainda não foram ouvidos pelo MP.

Três policiais civis que participaram da ação, foram ouvidos apenas pela própria corporação, em duas datas diferentes, e deram relatos contraditórios sobre os disparos e as armas utilizadas na operação.

Ainda segundo os defensores, um desses policiais foi encarregado pelo delegado responsável pelo caso a levar três granadas apreendidas durante ação para serem periciadas pela própria Core, e não pelo ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli). Após a perícia, foi identificada que os explosivos tinham um grande potencial destrutivo e, por não ter como armazenar, a corporação destruiu os artefatos, segundo o laudo.

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“Não é uma prática normal destruir provas. Sabemos que institutos de polícia forense têm como armazenar. Não houve pedido de autorização para que esse material fosse destruído depois que todas as partes considerassem que não havia mais nenhum tipo de investigação a ser realizado nesse material”, afirmou Cásseres.

Por conta dessas ações, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos apoia uma investigação independente, que não seja realizada apenas pela Polícia Civil.

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Adolescente levada por caveirão

Durante coletiva na manhã desta quinta-feira (4), os defensores também apontaram que nenhuma testemunha apontou a presença de criminosos na casa durante o confronto. Segundo Carla Viana, uma das adolescentes que estava na casa com João Pedro foi levada para depor na DHNSG dentro do carro blindado da Polícia Civil, o caveirão, e nesse primeiro depoimento, sem a presença de um responsável legal, ela teria dito que haviam bandidos na casa.

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Entretanto, no depoimento oficial, os defensores afirmam que ela esclareceu que nunca disse que havia alguém além deles e dos policiais na casa.

“Não entendemos que essa condução [dentro do caveirão] esteja dentro da normalidade, principalmente se tratando de uma adolescente. Considerando que ela mesma conseguiu esclarecer, consideramos que este primeiro depoimento não tem qualquer valor”, disse Viana.

Fake news

O defensor Daniel Lozoya também falou sobre a circulação da imagem de um adolescente negro segurando uma arma que está sendo associada ao João Pedro. Segundo ele, a foto não é do adolescente e a equipe já encaminhou um ofício à DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) com perfis que compartilharam a publicação nas redes sociais.

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