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Após avaliação médica positiva de jurado que passou mal, julgamento do Carandiru é retomado nesta tarde

Dia de hoje será de leitura de peças e interrogatório de réus

São Paulo|Vanessa Beltrão, do R7

Julgamento é realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista
Julgamento é realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista

Após um parecer favorável sobre a saúde do jurado que passou mal na última quarta-feira (17), o julgamento dos 26 policiais militares acusados de participação do massacre do Carandiru é retomado na tarde desta quinta-feira (18).

Os promotores de Justiça solicitaram a continuação das leituras das peças do processo. Ao final da leitura, está programado o início dos interrogatórios dos policiais acusados de participação no episódio conhecido como massacre do Carandiru.

O membro de conselho de sentença havia se queixado de um mal estar na manhã de ontem. A partir de uma avaliação médica, o juiz José Augusto Nardy Marzagão decidiu suspender os trabalhos. Detalhes sobre o estado de saúde não foram divulgados para preservar a intimidade do jurado.

No entanto, se a avaliação médica não conseguisse indicar uma previsão de melhora, o Conselho de Sentença poderia ser dissolvido e o julgamento, que começou na segunda-feira (15), seria novamente cancelado.


O julgamento dos policiais militares foi adiado pela segunda vez na semana passada. Nesta ocasião, uma jurada passou mal e o júri foi dissolvido.

O júri popular poderia já ter acontecido no dia 28 de janeiro de 2013, mas, devido à um recurso da defesa, foi adiado pela primeira vez. Na época, foi pedida a perícia do confronto balístico (exame que determina de quais armas partiram os tiros). Em 1992, essa prova não pôde ser realizada pelo IC (Instituto de Criminalística) que, na época, alegou "inviabilidade".


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Está previsto para acontecer nesta quinta-feira (18) a leitura das peças e o interrogatório de 4 dos 26 PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) que atuaram no 2º pavimento (primeiro andar) do pavilhão nove. São eles: Ronaldo Ribeiro dos Santos; Aércio Dornelas Santos; Wlandekis Antonio Candido Silva; Roberto Alberto da Silva; Antonio Luiz Aparecido Marangoni; Joel Cantilio Dias; Pedro Paulo de Oliveira Marques; Gervásio Pereira dos Santos Filho; Valter Ribeiro da Silva (morto); Marcos Antonio de Medeiros; Luciano Wukschitz Bonani (morto); Paulo Estevão de Melo; Haroldo Wilson de Mello; Roberto Yoshio Yoshikado; Fernando Trindade; Salvador Sarnelli; Argemiro Cândido; Elder Tarabori; Antonio Mauro Scarpa; Marcelo José de Lira; Roberto do Carmo Filho; Zaqueu Teixeira; Osvaldo Papa; Reinaldo Henrique de Oliveira; Sidnei Serafim dos Anjos; Eduardo Espósito; Maurício Marchese Rodrigues; Marcos Ricardo Poloniato.

Os réus respondem por homicídio qualificado — com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima — de 15 detentos durante a ação policial realizada no dia 2 de outubro de 1992 para conter uma rebelião na Casa de Detenção em São Paulo. Ao todo, 111 presos foram mortos.

Os próximos júris, que ainda não foram marcados, julgarão os que ocupavam o 3º pavimento (78 mortos, sendo que um único policial responde pela morte de cinco e será julgado separadamente), o 4º pavimento (oito mortos) e o 5º pavimento (dez mortos).

Ao todo, 286 policiais militares entraram no complexo penitenciário do Carandiru para conter a rebelião em 1992, desses, 84 foram acusados de homicídio. Desde aquela época, cinco morreram e agora restam 79 para serem levados a julgamento.

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