Dois manifestantes são transferidos após protesto na avenida Paulista
Todos os outros detidos já foram liberados pela polícia; quatro deles pagaram fiança
São Paulo|Daia Oliver e Márcia Francês, do R7
Dois manifestantes foram transferidos na manhã desta sexta-feira (7) após a manifestação contra o aumento de passagens na noite de ontem. O mecânico Esdras Jacao do Prado Jr., de 35 anos, e o ajudante-geral Gabriel Sabino Dias, 18 anos, estavam no 78º DP (Distrito Policial) e foram levados ao 2º DP.
Segundo a polícia, o ajudante-geral quebrou lixeiras e os vidros do Metrô junto com outros manifestantes. A Justiça estabeleceu uma fiança no valor de R$ 3.000 para que ele fosse liberado.
A militante do Passe Livre Nina Cappello disse que duas pessoas ligadas ao movimento estavam indo à delegacia nesta manhã para pagar a fiança de Dias.
— Tem duas pessoas, que a gente tá indo agora para a delegacia, para pagar fiança. Uma série de organizações políticas está juntando um dinheiro para pagar fiança.
Já o mecânico foi preso em flagrante durante um ato de vandalismo, que é considerado crime inafiançável. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) ele estava incendiando sacos de lixo.
Segundo Nina, Prado Jr. não é um dos manifestante e sua prisão foi "uma arbitrariedade da polícia".
— Foi, na verdade, uma arbitrariedade da polícia, que teve uma pessoa que não era nem um manifestante, que estava na rua, que fez algum gesto para a Polícia Militar, que a polícia entendeu como desacato, levou para delegacia. Chegando na delegacia, disseram que ele estava sendo acusado de incêndio. Ele estava num lugar que não teve nenhum fogo. Ele tá preso e não vai poder pagar fiança.
Todos os outros detidos após a manifestação já foram liberados. Segundo o delegado Severino Pereira Vasconcelos, do 78º DP, das 15 pessoas detidas, nove foram ouvidas e liberadas.
Outras quatro foram soltas após pagamento de fiança, entre elas, o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior.
Nova manifestação
A capital paulista deve ter, nesta sexta-feira (7), uma nova manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público de São Paulo. A concentração está marcada para as 17h, no largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O protesto, marcado pelo Facebook, já tinha confirmação de mais de 3.300 pessoas por volta das 11h da manhã de hoje.
Cartilha na internet mostra como evitar spray de pimenta em manifestação contra aumento de passagem
Nesta quinta-feira (6), um protesto contra a nova tarifa — que ficou em R$ 3,20 —acabou em confronto com a Polícia Militar e 15 detidos. A polícia informou também que, durante a manifestação, houve depredação do terminal Bandeira e de alguns ônibus — não foi informada a quantidade dos veículos. A área externa do Masp (Museu de Arte de São Paulo) sofreu com vandalismo e várias latas de lixo foram queimadas na avenida Paulista.
Além deles, as estações de metrô Paraíso, Trianon e Brigadeiro foram danificadas. Os manifestantes tentaram também invadir a estação Anhangabaú e chegaram a invadir o metrô Paraíso.
Três vias foram interditadas pelos manifestantes, segundo a PM. Duas delas — avenida Nove de Julho e Vinte e Três de Maio — foram fechadas no protesto. A terceira via foi a avenida Paulista, que ficou bloqueada totalmente nos dois sentidos.