“Espero que ele saia condenado e preso do plenário”, diz advogado de acusação do caso Gil Rugai
Justiça decide nesta sexta-feira se réu será absolvido ou condenado por morte de pai e madrasta
São Paulo|Vanessa Sulina, do R7
A expectativa da acusação do caso Gil Rugai é de que o réu, acusado de matar o pai e a madrasta em 2004, seja condenado nesta sexta-feira (22). O advogado-assistente da promotoria, Ubirajara Mangini K. Pereira, chegou ao Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, onde acontece o julgamento, por volta das 9h30.
— Espero que ele [Gil Rugai] saia condenado e preso do plenário.
Pereira disse ainda que vai desmontar a tese da defesa de que um ex-funcionário da produtora de Luiz Carlos Rugai seria suspeito do crime. Na quinta-feira (21), o advogado de Rugai, Marcelo Feller, disse que esse foi o mesmo ex-empregado que informou à polícia ter havido uma briga entre Gil Rugai e o pai no dia 23 de março de 2004, cinco dias antes dos assassinatos. O defensor, porém, não apresentou provas que justificassem a suspeita.
De acordo com a defesa, a vítima teria uma dívida com o ex-empregado no valor de R$ 600 mil referentes a questões trabalhistas.
O advogado da acusação afirmou ainda que vai apresentar nesta sexta-feira a cronologia do crime para mostrar que apenas Gil Rugai estava na cena do crime.
Relembre o caso Gil Rugai em fotos
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A Justiça deve decidir o destino de Gil Rugai nesta sexta-feira (22), quando os sete jurados — cinco homens e duas mulheres — irão votar pela absolvição ou condenação do réu.
Neste quinto dia de julgamento, serão iniciados os debates entre acusação e defesa. As partes terão uma hora e meia, cada, para a exposição de suas argumentações. Na hipótese de o promotor optar pela réplica — de uma hora —, os advogados de Rugai terão direito à tréplica — tem o mesmo tempo de duração.
Encerrados os debates, o Conselho de Sentença se reúne na sala secreta com o juiz, promotor e advogados e os quesitos que determinarão o resultado do julgamento serão votados. A decisão dos sete jurados será lida em plenário pelo magistrado.
Nos quatro primeiros dias de júri, 14 testemunhas foram ouvidas — cinco da defesa, seis da acusação e três do juízo. Inicialmente, estavam previstas 16, mas duas acabaram dispensadas.
Relembre o caso
O publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foram assassinados a tiros dentro da casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo no dia 28 de março de 2004.
Alessandra foi baleada cinco vezes na porta da cozinha, segundo laudo da perícia. Luiz Carlos teria tentado se proteger na sala de TV. A pessoa que entrou no imóvel naquela noite arrombou a porta do cômodo com os pés e disparou quatro vezes contra o publicitário.
O comportamento aparentemente frio de Gil Rugai, na época com 20 anos, ao ver o pai e a madrasta mortos chamou a atenção da polícia, que passou a suspeitar dele.
Os peritos concluíram que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai, que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.
Na mesma semana do duplo homicídio, os policiais encontraram no quarto do rapaz um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado, o mesmo calibre da arma usada no assassinato do casal.
As investigações apontaram ainda que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.
Um ano e três meses após o duplo homicídio, uma pistola foi encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório, na zona sul. Segundo a perícia, seria a mesma arma de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas.
Rugai responde pelo crime em liberdade e está sendo julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e por estelionato, em razão do desfalque dado na produtora do pai.
Assista ao vídeo:
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