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Ex-sócio diz que foi ameaçado, desconfiou de Gil Rugai e afirmou que réu não “esboçou reação” após crime

Rudi Otto prestou depoimento nesta quinta-feira e afirmou que ficou com “medo” do réu

São Paulo|Vanessa Sulina, do R7

Gil Rugai vai a julgamento pela morte do pai e da madrasta, há nove anos
Gil Rugai vai a julgamento pela morte do pai e da madrasta, há nove anos Gil Rugai vai a julgamento pela morte do pai e da madrasta, há nove anos (DIOGO MOREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO)

Primeira testemunha ouvida durante o quarto dia de julgamento, o ex-sócio de Gil Rugai, Rudi Otto, afirmou nesta quinta-feira (21) que desconfiou de que o ex-seminarista estava envolvido no assassinato de Luis Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino, respectivamente pai e madrasta do réu. Otto foi ouvido por quase duas horas no plenário 10 do Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

Questionado pelo promotor de Justiça, Rogério Zagallo, a testemunha contou que havia visto uma arma dentro de uma "mala de fuga" de Gil Rugai, onde tinha também facas, uma estrela ninja e selinhos com ácidos. Segundo ele, o réu também já havia lhe dito que tinha interesse por cursos de tiros. Quando soube do crime, Otto contou que desconfiou de Gil e foi até o escritório da empresa KTM Comunicação e procurou pela arma, mas não a encontrou.

Em seu depoimento, a testemunha confirmou ao promotor que Gil Rugai estava estranho na semana antes do crime e também disse que o réu tinha um relacionamento conturbado com o pai. Ele também contou no júri que seu ex-sócio foi “apático e não esboçou reação” após os crimes.

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Em seu depoimento, Otto ainda afirmou que dias após o crime questionou ao réu o que ele teria feito no domingo. Na ocasião, Gil Rugai teria dito que foi a casa de uma amiga por volta das 19h e teria ficado até as 21h. De lá, ele foi até o escritório KTM Comunicação e, depois, a pé, teria ido para casa de outra amiga na região dos Jardins. A versão contada ao Otto destruiria o álibi da defesa, de que Rugai estava no shopping durante o crime.

Durante seu depoimento, Otto confirmou ao promotor que, na época do crime, dias após prestar depoimento na polícia, começou a receber ameaças na caixa eletrônica de seu telefone.

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— Era uma linguagem meio de ladrão. Estava claro que aquilo tinha a ver com o fato de eu estar ligado no caso, já que eu estava exposto.

A testemunha ainda afirmou que ficou com “medo” do réu quando descobriu nas gavetas de seu sócio uma anotação com seu nome, o nome de sua namorada e a placa dos carros dois.

Próximas testemunhas

As próximas testemunhas a serem ouvidas no julgamento são Francisco Luiz Valério Alves, motorista de uma casa vizinha à do casal assassinado, e um vigia da rua, Fabrício Silva dos Santos. Ambos foram arrolados pelo juiz.

O interrogatório mais aguardado do dia, no entanto, é o de Gil Rugai. O promotor do caso, Rogério Zagallo, disse acreditar que Rugai não irá confessar o crime. A defesa do acusado afirmou que ele irá responder a todas as perguntas.

Relembre o caso

O publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foram assassinados a tiros dentro da casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo no dia 28 de março de 2004.

Alessandra foi baleada cinco vezes na porta da cozinha, segundo laudo da perícia. Luiz Carlos teria tentado se proteger na sala de TV. A pessoa que entrou no imóvel naquela noite arrombou a porta do cômodo com os pés e disparou quatro vezes contra o publicitário.

O comportamento aparentemente frio de Gil Rugai, na época com 20 anos, ao ver o pai e a madrasta mortos chamou a atenção da polícia, que passou a suspeitar dele.

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Os peritos concluíram que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai, que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.

Na mesma semana do duplo homicídio, os policiais encontraram no quarto do rapaz um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado, o mesmo calibre da arma usada no assassinato do casal.

As investigações apontaram ainda que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.

Um ano e três meses após o duplo homicídio, uma pistola foi encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório, na zona sul. Segundo a perícia, seria a mesma arma de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas.

Rugai responde pelo crime em liberdade e está sendo julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e por estelionato, em razão do desfalque dado na produtora do pai.

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