No quarto dia do julgamento, Gil Rugai chega ao fórum e foge da imprensa
Réu, acusado de matar pai e madrasta, deve ser interrogado nesta quinta-feira
São Paulo|Do R7
Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madrasta em 2004, chegou ao Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, pouco depois das 9h30 desta quinta-feira (21), mas entrou pelas portas do fundo do local para fugir da imprensa. O julgamento do ex-seminarista entra hoje no quarto dia e deve ser marcado pelo interrogatório de Rugai.
Antes dele, porém, três testemunhas arroladas pela juiz devem ser ouvidas, entre elas, o ex-sócio de Rugai, Rudi Otto. As outras duas são Francisco Luiz Valério Alves, motorista de uma casa vizinha a do casal assassinado, e outro vigia da rua, Fabrício Silva dos Santos.
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Caso ocorram os depoimentos e o interrogatório, a etapa seguinte será a leitura de peças do processo, o que acontecerá apenas se for solicitado pelas partes.
Debates
O início dos debates deve acontecer na sexta-feira (22), provavelmente, o último dia de julgamento. Nesta fase, acusação e defesa têm uma hora e meia, cada, para a exposição de suas argumentações. Na hipótese de o promotor optar pela réplica — de uma hora —, os advogados de Rugai terão direito à tréplica – tem o mesmo tempo de duração.
Encerrados os debates, o Conselho de Sentença se reúne na sala secreta com o juiz, promotor e advogados e os quesitos que determinarão se o réu será absolvido ou condenado serão votados. A decisão dos sete jurados é lida em plenário pelo magistrado.
Relembre o caso
O publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foram assassinados a tiros dentro da casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo no dia 28 de março de 2004.
Alessandra foi baleada cinco vezes na porta da cozinha, segundo laudo da perícia. Luiz Carlos teria tentado se proteger na sala de TV. A pessoa que entrou no imóvel naquela noite arrombou a porta do cômodo com os pés e disparou quatro vezes contra o publicitário.
O comportamento aparentemente frio de Gil Rugai, na época com 20 anos, ao ver o pai e a madrasta mortos chamou a atenção da polícia, que passou a suspeitar dele.
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Os peritos concluíram que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai, que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.
Na mesma semana do duplo homicídio, os policiais encontraram no quarto do rapaz um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado, o mesmo calibre da arma usada no assassinato do casal.
As investigações apontaram ainda que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.
Um ano e três meses após o duplo homicídio, uma pistola foi encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório, na zona sul. Segundo a perícia, seria a mesma arma de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas.
Rugai responde pelo crime em liberdade e está sendo julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e por estelionato, em razão do desfalque dado na produtora do pai.