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Famílias de jovens assassinados em Mogi das Cruzes estão recebendo ameaças

Velório de 4 dos 5 rapazes aconteceu na tarde deste sábado (12) na zona leste de São Paulo

São Paulo|Talyta Vespa, do R7

Quatro dos cinco jovens assassinados
Quatro dos cinco jovens assassinados Quatro dos cinco jovens assassinados

Quatro dos cinco jovens mortos num matagal em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, serão enterrados neste sábado (12) no cemitério da Vila Alpina, na zona leste da capital. O clima no local é tenso. Familiares e amigos dos rapazes presentes no velório demonstram muita revolta pela chacina.

Uma amiga da família de Robson Fernando Donato de Paula, cadeirante de 16 anos que foi assassinado junto com seus amigos, revelou que os familiares estão sendo ameaçados.

— A família do Robson, não. Mas as outras estão sendo constantemente abordadas por pessoas em carros não identificados. Elas dizem que, se os áudios forem divulgados, eles vão morrer. A mãe do Robson não come há quase um mês.

O áudio em questão é uma gravação enviada por Jonathan Moreira Ferreira, 18 anos, pelo WhatsApp para uma amiga, em 21 de outubro, dia do sumiço dos jovens, no qual relata ter sofrido "enquadro" e "esculacho" da polícia.

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ONG protesta em velório de cinco jovens chacinados

No cemitério da Vila Alpina serão enterrados os corpos de Jonathan e também de César Augusto Gomes Silva, 19 anos, Caique Henrique Machado Silva, 18, e Robson Fernando Donato de Paula, 16. Os corpos chegaram pouco antes das 16h e o enterro começou às 17h.

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A quinta vítima, Jones Ferreira Januário, 30, síndico que levou os jovens de carro à suposta festa no dia 21 de outubro, será sepultado no cemitério da Vila Formosa no domingo (13), segundo Cheila Olalla, representante do Condepe (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana).

— As famílias dos quatro exigiram que eles fossem velados e enterrados juntos, pela proximidade que tinham desde a infância.

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A revolta entre os parentes e amigos das vítimas é generalizada. Amélia, tia de Robson, falou que "estamos muito abalados. Agora esperamos justiça". A mãe de Caique disse apenas "não quero falar com ninguém. Só enterrar meu filho em paz".

Entenda o caso

Os cinco jovens desapareceram em 21 de outubro, na zona leste de SP, e foram encontrados mortos no dia 6 de novembro, em uma mata em Mogi das Cruzes, na região metropolitana. Eles iriam para uma festa em Ribeirão Pires com supostas garotas que conheceram pelo facebook. Após o sumiço dos jovens, no entanto, o perifl da garota que fez o convite foi apagado da rede social.

Jones, vizinho dos rapazes, decidiu dar carona ao grupo até o encontro. A principal hipótese é de que o veículo teria sido parado por uma blitz, segundo uma mensagem de áudio enviada por um dos jovens a uma amiga. O carro foi encontrado vazio no dia seguinte.

Uma das linhas de investigação do DHPP para a chacina contra os cinco rapazes tem relação com a morte Rodrigo Lopes Sabino, 30 anos, GCM de Santo André, também na Grande São Paulo. Sabino era agente de segurança de Oswana Fameli, prefeita em exercício da cidade do ABC paulista, e foi morto no dia 24 de setembro em frente à casa de sua mãe durante uma tentativa de assalto. Um dos jovens mortos na chacina estaria sendo investigado por participação no latrocínio (roubo seguido de morte).

O guarda Rodrigo Gonçalves Oliveira está preso desde quinta-feira (10). Segundo a diretora do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), Elizabete Sato, ele admitiu ser o proprietário de um perfil feminino falso no Facebook e de ter usado essa identidade para atrair os jovens para a festa fictícia em uma chácara. Em depoimento, Oliveira disse que já tinha a conta na rede social havia um ano e que no último mês começou a se corresponder com dois dos jovens mortos — César Augusto Gomes Silva e Caique Henrique Machado Silva.

O guarda-civil disse ter se aproximado dos jovens após um informante indicar que um deles teria participado do assassinato de Sabino. Oliveira disse ainda que tinha a intenção de prender os jovens. Para isso, marcou um encontro com eles em uma rodovia da região usando o perfil falso de Terezinha. A partir deste lugar, na farsa que havia elaborado, o grupo seria levado para a festa. Oliveira nega que tenha matados os jovens e disse que foi embora do local marcado para o encontro porque os jovens não apareceram. O DHPP investiga a possibilidade de outros policiais estarem envolvidos no crime.

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