Os metroviários de São Paulo estão arrecadando dinheiro doado espontaneamente por funcionários para pagar os salários de 42 empregados demitidos por justa causa durante a greve, informou o secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes. Onze membros da entidade classista estão entre as demissões.
— Esses 42 trabalhadores tiveram seu direito de trabalhar covardemente cassado.
O representante do sindicato não soube informar a quantidade arrecadada até agora. De acordo com o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, os demitidos são funcionários que impediram que outros trabalhadores exercessem as atividades, cometeram atos de vandalismo e utilizaram o sistema de som do Metrô de forma inadequada.
A categoria realiza uma assembleia nesta quarta-feira (25), na sede do sindicato. Segundo Alex Fernandes, as lideranças estão convocando os trabalhadores desde a última semana para retomar a campanha salarial, suspensa junto com a greve no dia 9 de junho.
Ainda de acordo com o secretário do sindicato, a assembleia de hoje não vai abordar a greve, mas os metroviários não descartam cruzar os braços mais uma vez, antes do fim da Copa do Mundo.
— A única maneira de evitar a greve é reintegrar os 42 demitidos. Nós não queremos que a população seja prejudicada, porém a única forma de fazer a nossa luta é parando nosso serviço. Se o governador não quiser prejudicar a população, a catraca livre é a nossa proposta.
O governo já disse que não irá reconsiderar os desligamentos. A paralisação de cinco dias foi encerrada após ser declarada abusiva pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho), e ainda rendeu uma multa de R$ 900 mil para a categoria, que teve o valor bloqueado de sua conta pelo TRT para garantir o pagamento da penalidade.
O sindicato dos engenheiros também recebeu multa de R$ 400 mil, cujo pagamento foi parcelado em 40 vezes.
A Justiça do Trabalho definiu o reajuste salarial dos metroviários em 8,7%, bem abaixo dos 35,47% exigidos pelo sindicato no começo da campanha salarial. Nas últimas negociações, eles haviam concordado com 12,2%. Mesmo assim, com a deflagração da greve, o Metrô encerrou as conversas e pediu que o TRT determinasse os índices de aumento do salário e dos benefícios.
Sindicato anuncia reintegração de dois metroviários demitidos, mas empresa nega