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Restrição de táxi no corredor pode impedir atrasos de 80% nos ônibus

Estudo divulgado em dezembro mostra que coletivos perdiam tempo ao dividir via

São Paulo|Amanda Mont'Alvão Veloso, do R7

Velocidade de ônibus chega a variar 30% com táxis nos corredores
Velocidade de ônibus chega a variar 30% com táxis nos corredores Velocidade de ônibus chega a variar 30% com táxis nos corredores

Criados para dar velocidade ao transporte público, os corredores de ônibus também são uma solução para passageiros de táxis, que conseguem desviar do trânsito habitual. Estudos divulgados em dezembro, porém, demonstraram que os táxis faziam os ônibus atrasarem até 83% ao dividirem a pista, o que levou a Secretaria Municipal dos Transportes a proibir, neste mês, a circulação de táxis nos corredores durante o horário de pico — das 6h às 9h e das 16h às 20h.

Em uma simulação feita pela SPTrans (São Paulo Transportes) em outubro de 2013, no corredor Rebouças, os ônibus passaram a andar a apenas 17,10 km/h com táxis na pista, ante 24,37 km/h sem o transporte particular. A diminuição da velocidade variou de 24 a 30% e os atrasos chegaram a 83%.

Já um estudo da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) realizado durante o horário de pico da tarde, mostrou que os ônibus ficam 34% mais velozes sem táxis no corredor Santo Amaro, no sentido bairro.

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Na terceira simulação, realizada por uma consultoria independente (Tranzum Planejanento e Consultoria de Trânsito Ltda), a circulação de 62 passageiros de táxi trouxe lentidão a 16.728 usuários de ônibus no corredor João Dias — compare, no infográfico abaixo, a redução da velocidade dos ônibus quando há táxis no corredor.

A circulação de táxis nos corredores nos horários de pico só vai gerar multa a partir do dia 14 de abril. Os taxistas dizem que os passageiros ficarão prejudicados com a restrição e acabarão usando os próprios carros, o que vai provocar mais trânsito.

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Troca compensa

O transporte público em São Paulo tem sido uma prioridade da Prefeitura de São Paulo que, além de investir nos corredores, ampliou também faixas exclusivas (à direita da via). De 2013 para cá, já foram inaugurados 291,4 km de faixas só para ônibus no capital.

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A medida do prefeito Fernando Haddad, porém, foi polêmica e desagradou os proprietários de veículos, que passaram a circular em um menor número de vias. Segundo Haddad, os ônibus ficaram 46% mais velozes desde a implementação das faixas.

A aposentada Lourdes Jimenez Moreno, 64 anos, experimentou trocar o carro próprio pelo ônibus e encurtou a ida ao dentista em pelo menos 30 minutos. Ela mora na Vila Ema, zona leste da cidade, e faz um tratamento dentário na região central, próximo ao edifício Copan. Antes, gastava pelo menos 1h30 no percurso de carro, com diferentes trajetos — inclusive passando pela Radial Leste.

— Estou me adaptando ainda, pois gosto do conforto do carro. Mas a troca compensa. Estou chegando em menos tempo, não preciso pagar os R$ 30 de estacionamento e ainda é prazeroso, pois consigo apreciar a paisagem da cidade, o que eu não fazia quando dirigia.

Lourdes nem cogitava aposentar o carro para o compromisso no centro. Porém, um dia reparou na rapidez dos ônibus no corredor Celso Garcia e resolveu experimentar.

— Estou esperançosa de que o trânsito vai melhorar. Aos poucos, as pessoas estão reconhecendo que vale a pena usar os ônibus.

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