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“Só não fala quem tem culpa”, diz delegado sobre mãe acusada de matar filhas em SP

Gilmar Contrera afirma que atitude de suspeita aponta para a autoria do crime no Butantã

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Paola e Giovanna foram mortas pela mãe, segundo a polícia de SP
Paola e Giovanna foram mortas pela mãe, segundo a polícia de SP Paola e Giovanna foram mortas pela mãe, segundo a polícia de SP

A recusa de Mary Vieira Knorr, de 53 anos, em falar com a polícia ressaltou a crença da polícia de que ela matou as duas filhas, Paola Knorr Victorazzo, de 13 anos, e Giovanna Knorr Victorazzo, de 14, há pouco mais de duas semanas no Butantã, zona oeste de São Paulo. O inquérito do caso foi enviado nesta segunda-feira (23) ao Fórum Criminal da Barra Funda e ainda nesta semana estará a disposição do Ministério Público.

O delegado-titular do 14º Distrito Policial, Gilmar Contrera, disse ao R7 que os laudos periciais relacionados às vítimas e ao local do crime devem ficar pronto em até 20 dias, mas que a autoria dos crimes está clara, baseado nos depoimentos colhidos pela polícia na última semana. A confissão feita por Mary a policiais militares que atenderam à ocorrência no dia 14 de setembro e de pelo menos uma médica confirmaram as suspeitas da polícia.

— Com relação à autoria, não temos nenhuma dúvida. Os laudos vão nos ajudar a precisar a causa das mortes, o horário em que elas ocorreram e outros detalhes.

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As três tentativas de ouvir a principal suspeita do crime também fizeram crescer, segundo o delegado, a perspectiva de que ela foi a autora dos assassinatos e agora está adotando uma postura de se preservar, mas estando presa preventivamente com autorização da Justiça.

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— Tentamos ouvi-la por três vezes. Nas duas primeiras, o médico justificou que ela estava tomando medicamentos que poderiam interferir no depoimento dela. Na terceira, o médico liberou, entendendo que os medicamentos já não influenciariam mais, mas mesmo assim ela permaneceu calada. Não quis responder nada.

Contrera completou:

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— É um direito, mas se está presa, se tem um bom álibi, vai querer falar? Só não fala quem tem culpa no cartório. Se a pessoa tem uma boa prova que não foi ela, iria querer falar. Só fará estratégia de defesa que tem culpa. Pra quem é inocente, não tem nenhuma razão para isso. À medida que ela permanece calada, isso vai embasando de que ela tem culpa e está pensando em montar uma estratégia, do tipo “primeiro vou esperar as provas que a polícia vai ter, pra depois falar”.

Tão logo o inquérito chegue ao fórum, ele será repassado pelo distribuidor criminal a um juiz do Tribunal do Júri e chegará ao conhecimento do Ministério Público entre 24 e 48 horas. Feito isso, a promotora Mildred Gonzalez Campi, da 5ª Vara do Júri, terá até 30 dias para analisar o inquérito, solicitar investigações adicionais (se necessário) por meio de ofício e definir se cabe ou não denúncia contra Mary Knorr.

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Os laudos periciais, além daqueles relativos aos sigilos telefônicos e outros com a análise dos computadores nas vítimas, serão anexados ao processo nas próximas semanas.

“Não há outra versão para o crime”

Questionado se a polícia chegou a cogitar e investigar outras linhas para explicar o que aconteceu na casa da família no Butantã, o delegado Gilmar Contrera disse não terem sido encontrados elementos que possam sustentar uma outra versão para o assassinato de Paola e Giovanna.

— Não foi encontrada qualquer outra pessoa que possa ter estado na casa, de quinta pra domingo. Só esteve ela (Mary) lá. Não conseguimos identificar qualquer outra pessoa que tenha entrado na casa nesse período.

Além de não ter dúvida da autoria do crime, a polícia também não vê o possível surto da acusada, alegação já levantada pela defesa dela na semana passada, como um elemento contrário à conclusão do inquérito. A tendência é que ou IML (Instituto Médico Legal) ou Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo) produzam um laudo psiquiátrico de Mary, a fim de sustentar ou não a sua sanidade mental, já que tais dados médicos não são remetidos à polícia.

A mãe das duas adolescentes mortas segue internada no HU (Hospital Universitário) da USP. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, não há previsão de alta.

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