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Quase 80% das mulheres não relacionam HPV com câncer de colo de útero, revela pesquisa

Segundo estudo, 18% das mulheres nunca fizeram exame papanicolau

Saúde|Da Agência Brasil

HPV é transmitida também por relação sexual
HPV é transmitida também por relação sexual Jacob Wackerhausen/Getty Images/iStockphoto

Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Patologia no Trato Genital Inferior e Colposcopia em parceira com o Ibope mostra que 66% das mulheres brasileiras não acham que existe relação entre a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer do colo do útero. A infecção por esse vírus aumenta em até 100 vezes o risco de a mulher desenvolver esse tipo de doença.

Para o levantamentoforam ouvidas 700 mulheres com idade entre 16 anos de idade e 55 anos, em seis capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Recife). O objetivo foi entender a percepção feminina sobre o assunto.

Segundo a pesquisa, 76% das mulheres ouvidas não relacionam a vacinação contra o HPV como forma de prevenção ao câncer do colo do útero. Estudos mostram que, embora o HPV seja comum (80% da população mundial já foram infectados ao menos uma vez na vida), ele é responsável pelo surgimento do câncer do colo do útero em alguns mulheres mais suscetíveis. Por isso, prevenir o vírus é fundamental, destaca o presidente da associação, Garibaldo Mortoza Júnior.

—Enviamos como recomendação ao Ministério da Saúde um pedido para que essa vacina seja incorporada ao calendário oficial.


Maioria das mulheres será infectada pelo HPV

Descobriu-se que 18% das mulheres nunca fizeram o exame papanicolau — principal forma de detectar as lesões que podem levar ao câncer do colo do útero — e 13% fizeram apenas uma vez. Além disso, 40% das mulheres não acham que os exames preventivos de rotina podem servir como forma de prevenção à doença.


O professor Newton Sérgio de Carvalho, da Universidade Federal do Paraná, reforça a segurança oferecida pela imunização. Ele explica que a vacina é elaborada a partir de uma partícula semelhante ao vírus, produzida com base na engenharia genética, só que sem o conteúdo do vírus.

— É impossível alguém se infectar ao tomar a vacina, ela é confeccionada com a 'capa' do vírus.


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Segundo o professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) José Focchi, a aplicação da vacina contra o HPV é totalmente eficaz antes da primeira relação sexual. Após cinco anos de atividade sexual, 60% das mulheres se infectam com algum dos 130 genótipos do HPV, sendo que os mais comuns são os tipos 16 e 18, que correspondem a 70,7% dos vírus. Mulheres mais velhas que recebem a vacina também podem ter benefícios, embora contra uma quantidade menor de genótipos.

— Aquela paciente que já teve HPV e toma a vacina pode se beneficiar contra os outros tipos de HPV. À medida que passa o tempo, o organismo também pode eliminar o vírus.

Para alertar as mulheres sobre a importância da prevenção, a associação lançou a campanha “Mulheres semeiam vida”. No site www.mulheressemeiamavida.com.br, é possível obter informações sobre a doença.

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